Magreza está fora de moda

Não é de hoje o desfile de extrema magreza nas passarelas de todo o mundo. Mas é de hoje a denúncia de histórias de modelos que passaram fome, por terem sido obrigadas pelas empresas para as quais trabalham a ter um determinado peso. São testemunhos de Erin Heatherton, de Zuzanna Buchwald, Rosie Nelson e Victoire Maçon Dauxerre que vão com certeza fazer a diferença no mundo da moda.

Erin Heatherton trabalhou para a conhecida marca de lingerie Victoria’s Secret. A manequim decidiu recentemente revelar que, apesar de fazer exercício físico duas vezes por dia e de apenas ingerir comida saudável, não estava a conseguir atingir o valor de peso exigido pela empresa. “Estava muito deprimida porque estava a trabalhar arduamente e sentia que o meu corpo estava a resistir às minhas tentativas de perder peso”, contou ao portal Motto. A modelo saiu da Victoria’s Secret em 2013 e partilhou agora o seu caso com as redes sociais e nos media com o objetivo de alertar e ajudar outras mulheres.

Zuzanna Buchwald, por sua vez, assinou pela Wihelmina Models e também relata ao The Daily Dot o que os seus agentes lhe disseram: parar de fazer exercício e parar de comer. “A pressão rapidamente desenvolveu-se para um distúrbio alimentar (anorexia) contra o qual batalhei durante quatro anos”, referiu a modelo. Zuzanna sublinha a situação ao dizer que a indústria da moda vê as modelos como “cabides descartáveis” e que “as jovens modelos aprendem-no da pior maneira”.

Semelhante à experiência de Heatherton e Buchwald é ainda de Rosie Nelson. Rosie acrescenta que aquilo que o público pensa é bem diferente da realidade. “Há sempre uma pressão subjacente para se ficar magra e o pensamento de que se as nossas ancas forem grandes demais seremos rejeitadas”, confirma.

“Nunca és demasiado magra: diário de uma top-model” é o livro de Victoire Maçon Dauxerre. A ex-manequim francesa de 23 anos conta todos os pormenores sobre o pesadelo que viveu às ordens da indústria da moda. Chegou a poder comer apenas três maçãs por dia acompanhadas de água com gás e apenas um pedaço de frango ou peixe por semana. A publicação deste livro pretende que as modelos percam o medo de contar as suas histórias como as que lemos.

O mundo está a despertar para estas situações. Em França no ano passado, depois da morte da modelo de 28 anos, Isabelle Caro, foi proibido o desfile de modelos extremamente magras, sob pena de pagamento de multas. Israel, Itália e Espanha seguiram o exemplo. Na Califórnia, nos Estados Unidos da América, foi também há poucas semanas aprovada uma nova lei que pretende combater as desordens alimentares entre modelos.

Histórias chocantes que, sem dúvida, merecem desaprovação e denúncia.

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