Tenho ouvido falar cada vez mais de falências. Como evitar e lidar com esta situação na família?
Fui falar com Florbela Oliveira, economista e conselheira financeira familiar, em busca de conselhos.
De facto, segundo dados divulgados em fevereiro de 2017, mais de sete em cada dez falências são de particulares ou famílias. Estes números são do Ministério da Justiça, que apontam para um aumento desta situação em 2016.
Recorde-se que o Código de Insolvência entrou em vigor em 2004. Durante os primeiros anos após esta entrada em vigor, verificaram-se poucas insolvências. Praticamente não havia insolvências de famílias.
A situação mudou com o agravamento da crise, e as famílias começaram a utilizar este processo.
Antes de mais, importa saber quem são estas famílias em insolvência. São essencialmente compostas por um casal com um filho menor a cargo. Pais com idades entre os 35 e os 45 anos, com o ensino secundário ou até superior, e com rendimentos mínimos mensais de cerca de 1000 euros.
Vamos agora às causas: o sobre-endividamento é a principal. Estas famílias têm geralmente um crédito à habitação, dois créditos pessoais, dois cartões de crédito…
Partilho dois conselhos fundamentais:
− Antes, e como forma de prevenção: As famílias devem fazer um orçamento familiar para que tenham cada vez mais consciência do dinheiro que têm e do dinheiro que estão a gastar e onde;
− Para quem está em processo de insolvência: Fazer planos de formação financeira no sentido de reeducar as famílias confrontadas com esta situação.
