Até há pouco tempo atrás, ninguém diria que um príncipe da Coroa Britânica casaria com uma modelo, afro-americana, divorciada, feminista (e, segundo os tablóides, grávida).
Esta condecoração é mais uma surpresa que nos reserva a monarquia: Catherine Healy, 62 anos, ex-prostituta, foi condecorada por Isabel II, em reconhecimento das suas ações na defesa dos direitos dos trabalhadores sexuais.
Catherine Healy teve um papel muito importante, em 2003, na descriminalização da prostituição, na Nova Zelândia, e na introdução de algumas daquelas que são as leis mais liberais sobre a prostituição, no mundo.
Imagem: BBC
As prostitutas passaram a estar cobertas pelas leis da saúde e segurança social. E os bordéis passaram a atuar como empresas, pagando os seus impostos.
O que não significa que Catherine aguardasse esta distinção. “Era algo de que não estava à espera”, confessou a condecorada a uma rádio neozelandesa.
“Na verdade, eu costumo dizer que esperava ser presa ao amanhecer, não ter esse tipo de tremenda honra. Fiquei muito sensibilizada.”
Catherine Healy trabalhou como professora de escola primária antes de tornar-se prostituta, na década de 80, aumentando cinco vezes mais o seu salário.
O sistema de honras da Nova Zelândia é aprovado pela rainha, como chefe de Estado, com o aprovação do primeiro-ministro.
