Meios insuficientes. Fogo completamente descontrolado. Bombeiros com dificuldade em circular. Condutores a tentar escapar das chamas. Momentos de pânico. Foi em Pedrógão Grande. Há um ano…
A 17 de Junho, o trágico incêndio de Pedrógão terá começado na aldeia de Escalos Fundeiros, segundo indica o relatório final. Este dia ficará para sempre marcado na memória dos portugueses, que acompanharam a devastação da paisagem (53 mil hectares de território, 20 mil hectares dos quais de floresta) e as perdas humanas.
A Procuradoria Geral da República revelou os nomes de 64 vítimas, sendo que 47 morreram na
EN-236-1. Há porém ainda dúvidas na lista definitiva de mortes.
O fogo que alastrou a concelhos vizinhos provocou 253 feridos, atingiu cerca de 500 casas e 50 empresas.
Durante este último ano, a Unidade de Missão para o Interior do país refere o trabalho feito na reconstrução das casa e da saúde mental das populações: o último relatório da ARS do Centro dá conta de mais de 4 mil atendimentos de saúde mental comunitária, na sequência do incêndio de Pedrógão Grande.
Mais lenta será a intervenção na floresta de eucalipto. E nas memórias. Como dizia a enfermeira da Unidade de Castelo Branco, Soledade Lourenço, numa entrevista à SIC: “Uma das lições que aprendi foi que há perguntas que não se fazem”.
Uma das idosas que é acompanhada por esta enfermeira lamentou não ter notícias da professora de yoga. A enfermeira questionou-a: “e por que não pergunta aos seus amigos?”.
“Morreram todos”.
Há respostas que nunca deveriam ser pronunciadas.