rachael bland morre aos 40 anos, vítima de cancro da mama

Luta desigual contra o grande C

Cancro da Mama

“Quando se está na minha posição – consciente de que se aproxima o fim da sua vida, com apenas 40 anos de idade, com um marido que adora com todo o coração e com um filho de três anos que ama tanto que se olhasse para ele durante muito tempo, o seu coração poderia explodir -, iria precisar de duas coisas importantes para ajudá-lo. Esperança. E negação.” Escreveu Rachael Bland, num artigo no Huffpost, pouco tempo antes de morrer.

Rachael Bland, jornalista da BBC e autora do podcast, na BBC Radio, sobre cancro “You, Me and the Big C” (“Você, eu e o Grande C”) morre aos 40, na sequência de um cancro da mama, sem cura, diagnosticado há dois anos.

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A sua história está a comover o mundo. Depois de lhe terem sido dados poucos dias de vida, a jornalista despediu-se nas redes sociais:

“Nas palavras do lendário Frank Sinatra: receio que o meu tempo chegou, meus amigos. E de repente. Disseram-me que só tenho alguns dias (de vida). É muito surreal. Muito obrigada por todo o apoio que recebi ao longo do caminho.”

Luta desigual contra o grande C Rachael

“Nas palavras do lendário Frank Sinatra: receio que o meu tempo chegou, meus amigos. E de repente. Disseram-me que só tenho alguns dias (de vida). É muito surreal. Muito obrigada por todo o apoio que recebi ao longo do caminho.”, escreveu Rachael no twitter

 

Rachael alimentava esperanças no tratamento experimental que fazia no âmbito de um estudo clínico. Acabou por descobrir que o cancro se espalhara por todo o corpo e que este seria o último verão que passaria com o seu filho Freddie.

Os últimos tempos foram dedicados a escrever um livro de memórias para o filho: “Para Freddie”.

“O principal é que, embora seja tão jovem, quero que o meu filho se lembre de mim. Espero que o livro e notas deixem uma marca do amor que sinto por ela para o resto da sua vida”.

Em comunicado, o marido da jornalista, Steve, descreveu-a como “perfeita em todos os sentidos”.

“Vamos sentir mais falta dela do que as palavras podem dizer.”

 

Cancro da Mama em Portugal
(Fundo iMM-Laço: A Caminha da Cura)

  • 1 em cada 11 mulheres em Portugal irá ter cancro da mama ao longo da sua vida.
  • O cancro da mama é o cancro com maior taxa de incidência em Portugal.
  • Anualmente surgem mais de 6000 novos casos e a incidência do cancro da mama está a aumentar de ano para ano.
  • Cerca de 1600 mulheres em Portugal morrem todos os anos devido ao cancro da mama.
  • O cancro da mama é a principal causa de morte precoce (antes dos 70 anos) nas mulheres em Portugal  (Fonte: Causas de Morte em Portugal e Desafios na Prevenção – Acta Médica Portuguesa Março – Abril 2012)
  • O cancro da mama aumentou de forma muito significativa nas últimas três ou quatro décadas do século XX, sobretudo nos chamados países desenvolvidos. Sendo a forma de cancro mais frequente na mulher, raramente surge antes dos 30 anos de idade, aumentando significativamente a partir dos 45 anos e principalmente depois dos 60 anos.

Detecção, pela Liga Portuguesa Contra o Cancro

Se o cancro for detectado precocemente, a probabilidade do tratamento ser eficaz e bem sucedido é muito mais elevada.

O médico pode sugerir a realização de exames de rastreio do cancro da mama, antes de se desenvolverem quaisquer sintomas:

  • Mamografia de rastreio
  • Exame clínico da mama
  • Mamografia de Diagnóstico

Para a detecção precoce do cancro da mama, é recomendado que:

  • Mulheres com 40 anos ou mais, devem fazer uma mamografia (raio-X da mama) anualmente ou em cada dois anos.
  • Mulheres que apresentem um risco aumentado (relativamente à média) de ter cancro da mama, devem falar com o seu médico acerca de fazer uma mamografia antes dos 40 anos, e saber qual a frequência para as próximas.

A mamografia mostra, muitas vezes, um nódulo (ou caroço) na mama, antes que este possa ser sentido ou palpado. Pode, também, mostrar uma agregação de pequenas partículas de cálcio. As partículas chamam-se microcalcificações. Tanto os caroços como estas agregações podem ser sinais de cancro.

Na mamografia, se o médico identificar uma área anormal, pode pedir que seja repetida a mamografia. Pode, ainda, ser necessário fazer uma biópsia. A biópsia é o único processo através do qual se podem ter certezas quanto à existência de cancro.

A mamografia é a melhor “ferramenta” de que os médicos dispõem para descobrir o cancro em fase precoce. No entanto, saiba que:

  • A mamografia pode não detectar alguns cancros que estejam já presentes; são os chamados “falsos negativos”.
  • A mamografia pode detectar alguma coisa que, mais tarde, se verifique não ser um cancro: são os chamados “falsos positivos”.
  • Alguns tumores, de crescimento rápido, podem já se ter metastizado para outras partes do corpo, antes que a mamografia os tenha detectado.
  • A mamografia (bem como os raios-X aos dentes, e outros raios-X de rotina) usa doses muito pequenas de radiação. Regra geral, os benefícios superam os riscos, a exposição repetida aos raios-X pode ser nociva. É boa ideia a mulher falar com o seu médico sobre a necessidade de realizar cada raio-X, e perguntar sobre a utilização de protecção noutras partes do corpo, durante a realização da mamografia.

Exame Clínico da Mama

Durante um exame clínico da mama, o médico palpa as mamas em diferentes posições: enquanto está de pé, sentada e deitada. O médico pode pedir que levante os braços acima da cabeça, que os deixe caídos ou que faça força com as mãos contra as coxas.

O médico procura quaisquer diferenças entre as mamas, incluindo diferenças invulgares de tamanho ou forma. Na pele, é verificada a presença de vermelhidão, depressões cutâneas ou outros sinais anormais. Os mamilos devem ser pressionadas para verificar se existe alguma secreção ou perda de líquido.

O médico poderá examinar toda a mama, usando a ponta dos dedos para sentir quaisquer alterações e/ou nódulos, a área axilar e a área da clavícula, primeiro de um lado e depois do outro (esquerdo e direito), Um nódulo apresenta, geralmente, o tamanho de uma ervilha, antes que alguém o consiga sentir ou palpar. Podem ser verificados os gânglios linfáticos perto da mama, para ver se estão inchados.

Um exame clínico completo da mama, pode demorar cerca de 10 minutos a ser realizado.

 

 

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