Gafes: quem nunca?

O episódio aconteceu no Queridas Manhãs. Eu estava deliciada a ouvir o cantor Berg, nome artístico de Teófilo Sonnenberg, o vencedor do Factor X, no ano de 2014, o concurso de talentos da SIC que o projetou na sua carreira a solo.

Berg, que já integrou a banda de Rui Veloso e que tem apresentado um trabalho do qual gosto genuinamente, aceitou o nosso convite para cantar no Queridas Manhãs.  E, recordo-me, mal acabou de cantar, juntei-me a ele e ao Jota, para tecer, em público e em direto, um merecido elogio. Mas a frase que os meus lábios verbalizaram foi: “o Berg está a cantar maravilhosamente mal”. Trocar o bem pelo mal… dá nisto. Não desmaiei. Berg também não.

 

Só o Jota apresentou sinais de desmaio, de tanto rir. A expressão, claramente um equívoco, ficou registada. E desde então, em vários programas, o meu marido televisivo recorreu à chacota, perguntando-me em direto se determinado convidado estaria a cantar… “maravilhosamente mal”. Gafes – ossos do ofício?

Quando estamos em direto, é impossível ter o controlo de toda a situação. Há pormenores que não dependem da pessoa que dá o rosto no ecrã (como se vê neste vídeo, em que por detrás do direto de rua, um ciclista espalha-se na estrada e no ângulo na câmara). O apresentador ou jornalista, por mais preparado que esteja, é humano. Também comete erros. A grande diferença está na forma como dá a volta à situação. Uma gargalhada, um rosto ruborizado, envergonhado, o ar de terror pelo lapso ou aquela expressão típica do não-se-passou-nada-pois-não.

A verdade é que passou. Em direto. E ninguém consegue esquecer uma boa gafe. Quanto mais hilariante mais viral. Como estas.

https://www.youtube.com/watch?v=Qg0KJCBw0nc

Em Portugal, um dos bloopers recentes mais virais é protagonizado pela jornalista Alberta Marques Fernandes. Alberta estava a acompanhar a comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, na Assembleia da República, na qual Joe Berardo era ouvido, por alegadamente dever cerca de mil milhões euros.

A jornalista deu sequência ao assunto, dizendo: “Já voltamos à comissão de inquérito à Caixa Geral de Porcos”. A frase foi corrigida de imediato: “à Caixa Geral de Depósitos”. Mas o momento tornou-se viral, somando mais de 30 mil visualizações no YouTube em poucos dias.

https://www.youtube.com/watch?v=Zslj2ln42fo

 

Em direto, os lapsos são praticamente uma inevitabilidade.

Em conversa com Cláudio Ramos, o apresentador recorda-se de uma entrevista que fez a Núria Madruga. Julgava ele que era Núria quem entrevistou durante quase três horas. Mas não. Não era a atriz Núria, mas sim Dália, a irmã. “Eu sou muito difícil com nomes e caras e tenho que fazer um exercício me ajude a identificar quem entrevisto”.

Gafes: quem nunca? Ivo-2-004

Ivo Lucas

Ivo Lucas recorda também uma gafe “gigante” – sublinha o cantor – no seu repertório. O artista foi cantar a Santa Eulália, mas das três vezes que colocou a voz para cumprimentar o público, saiu-lhe: “Boa noite Vizela”.

 

 

 

 

 

 

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