Sobre o livro de Rodrigo Guedes de Carvalho
Recebi o Rodrigo Guedes de Carvalho no meu sofá para me falar do seu projeto musical, o Xave. Uma aventura que nasceu de uma brincadeira de covers e que se materializou em Finalmente – o primeiro disco.
Há 26 anos que acompanho o Rodrigo no Jornal da Noite. Recentemente, ouvi a sua música mas, confesso, que apesar da curiosidade, ainda não tinha lido nenhum dos seus livros. Começar pelo O Pianista de Hotel seria a opção mais lógica. Mas sem surpresa, no sentido de que a crítica não lhe tem poupado elogios enquanto romance poderoso e prosa empolgante.
Voltei-me antes para Jogos de Raiva. E foi um dos últimos livros que li, e que me tem acompanhado nos últimos tempos, estrada fora, nas pausas do teatro.
Tenho a partilhar que este livro deixou-me profundamente comovida e razoavelmente perturbada. Possivelmente pela proximidade que o enredo tem de todos nós. Pela proximidade com a minha própria vida.
Através da história de uma família e das suas três gerações, marcadas pela faceta mediática de um pivot de telejornal e pela dimensão artística de uma jovem, a filha, ligada à música, abordam-se e cruzam-se duros retratos de remorsos, ameaças, ódio. Todas as famílias têm os seus segredos e este livro mostra-nos como podem as famílias serem confrontadas na era global com o mais profundo dos horrores.
É muito perturbador. Um adjetivo apenas ao alcance das boas leituras.
Para rever o programa com Rodrigo Guedes de Carvalho
https://sic.pt/Programas/julia/videos/2019-03-21-Rodrigo-Guedes-de-Carvalho-Na-adolescencia-quis-ir-viver-com-os-meus-avos
Jogos de Raiva
