Dia do Livro Português, 26 março

Sempre gostei de ler. Como já aqui contei, tinha uns 10 anos quando os meus pais (e o pediatra) entenderam que eu lia demais, na altura. Lia a toda a hora. Era um gosto, mas eles consideravam que era um vício. A verdade é que, frequentemente, davam comigo a devorar um livro, à noite, no quarto, à luz do candeeiro. Estive proibida de ler. Mas o hábito manteve-se. Por alguma razão diz-se que as paixões proibidas…

Gosto de ler. E partilho esta dedicação com a escrita. Liberta-me. Reorganiza-me as ideias. E dá-me asas. Assim nasceram os meus dois livros. É o meu tributo no Dia do Livro Português!

Não sei nada sobre o amor
Resumindo, resumindo: Quando desceu ao riacho, mantilha na cabeça e coração aos pulos, Maria da Glória não sonhava que aquele encontro fortuito com o macho da aldeia iria marcar para sempre a sua vida. Esperava sair dali com namoro anunciado e quem sabe até com casamento marcado. Saiu à pressa, com a roupa ensaguentada, as tripas viradas e a semente de Maria da Purificação na barriga. Estava lançado o destino das mulheres desta família na qual as palavras prazer, carinho, paixão e amor permanecerão para sempre um mistério.

Ao longo destas páginas não suspiramos de amor, não nos empolgamos com casos de paixão arrebatadora, nem choramos com casamentos felizes. Somos levados numa saga familiar que se inicia nos anos 30 onde os sentimentos eram um infortúnio e o prazer uma pouca vergonha. Não Sei Nada Sobre o Amor traça o retrato de uma sociedade e de um país ao longo de quase 70 anos de história, através do olhar de Maria Glória, a avó, Maria da Purificação, a filha divorciada, Ana Clara, a neta mãe solteira, e Benedita, a bisneta, que, apesar de todas as expetativas, não se casa com nenhum príncipe encantado.

 

Dia do Livro Português, 26 março Nao-Sei-Nada-Sobre-o-Amor

Não sei nada sobre o amor, o meu primeiro livro (2009)

 

Depois de “Não Sei Nada Sobre o Amor”, regressei à escrita com “Castigo Exemplar”, um romance passado nos finais do século XIX, entre Lisboa e o Porto, e que retrata a vida de Amélia, uma mulher disposta a tudo, até mesmo a aplicar um castigo exemplar.

Dia do Livro Português, 26 março Castigo-Exemplar

Em poucas palavras: Amélia Novaes não queria acreditar no que ouvia da boca do seu orgulhoso pai. Ela, uma jovem, tímida, sem berço, cortejada por Henrique Bettancourt Vasconcelos, jovem industrial de vinte e quatro anos, filho terceiro do visconde de Vila Fria! Só podia ser feio, ou ter algum defeito, senão porque é que a quereria a ela? A pergunta ressoava, sem piedade, na sua cabeça. Mas, para sua surpresa, Henrique era um homem bem aparentado e galante. E de pretendente passou a noivo e de noivo a marido. Amélia vivia um sonho. Mas o sonho estava prestes a transformar-se em pesadelo, no dia em que Henrique lhe anuncia, passando-lhe a mão pela cara, num gesto de carinho fugidio, que iria partir numa longa viagem pela Europa para dar asas aos seus negócios na indústria farmacêutica, cujo crescimento exponencial prometia riqueza e fama. Amélia ficaria em Portugal, como esposa exemplar que era, a aguardar o seu regresso.

 

 

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