Entre viagens, conseguimos tomar cinco minutos do tempo de José Eduardo Agualusa. Conversámos sobre a mais recente e prestigiada shortlist do Man Booker International Prize, mas também sobre o que aí vem. Depois de A Rainha Ginga em 2014, o escritor prepara mais um romance…
O que significa ter sido finalista do Man Booker International Prize?
Qualquer prémio é sempre uma alegria, porque é um reconhecimento. Este prémio em particular é importante para os escritores que não sejam de língua inglesa porque é o prémio mais importante que existe em Inglaterra para escritores que vêm de outras línguas. É um prémio que ajuda na carreira de um escritor, sobretudo no que diz respeito às traduções.
Está sempre a viajar. É aí que vai buscar inspiração?
Acho que a inspiração a gente encontra em todo o lado. O essencial é ter as janelas abertas, estar disponível, estar atento e as histórias vêm ter connosco.
Dos livros que escreveu até hoje, qual foi o que mais o marcou?
Os livros são todos eles muito diferentes uns dos outros. Cada livro representa para mim uma fase diferente da minha vida e também a possibilidade de conhecer uma determinada realidade. Ou seja, eu escrevo para tentar compreender melhor o mundo e o mundo em que eu me movimento em particular. Cada livro que escrevi representa uma fase diferente da minha vida, então não posso escolher um livro.
O que está para breve?
Estou a escrever um romance novo já há bastante tempo e de facto não sei quando é que vou conseguir terminá-lo. Tenho sempre dificuldade em falar de um livro que ainda não acabei. Este tem a ver com sonhos, com a relação de diferentes pessoas com sonhos, mas não posso dizer muito mais.
O que é estar de bem com a vida?
Em primeiro lugar é estar de bem consigo próprio e em paz com aquilo que está à nossa volta.
Ler e escrever faz parte de estar de bem com a vida?
Ler é uma forma de nos aproximarmos dos outros e de nos compreendermos melhor a nós próprios. Então sim! Acho que é fundamental para isso também.