“O público tem-me dado coragem para continuar e apostar nesta paixão: o fado”

Continuam a chamar-lhe bebé e, sim, foi muito nova, aos oito anos, que começou a pisar os palcos. Porém, Romana já virou a página da sua carreira ao lançar Primeiro em 2014. Um álbum em que a cantora, tradicionalmente associada ao estilo pimba, revela o lado de fadista. Para trás, e nunca esquecidos, ficam temas como Já não sou bebé, Não és homem para mim e De mulher para mulher, gravado em dueto com Ágata. Carla Sousa é uma voz bem presente no panorama musical português nas últimas décadas.

2014 foi um ano de viragem. A Romana já não está ligada à música popular?

2014 foi o ano em que ganhei coragem para dar início ao meu sonho. Eu tenho uma grande paixão pelo fado desde criança, cresci a ouvir os meus pais cantarem fado. Em 2014, arrisquei agarrar no projeto sozinha, sem apoios de editoras, sem apoios de ninguém. Se eu não for honesta comigo própria, não estou a ser honesta com o público. Então decidi que estava na hora de me afirmar nesta área. Lutei e fiz este álbum, Foi Deus. É um fado da minha infância, é um fado que a minha avó cantava quase desde que nasci. O tema Mãe Preta também é lindo, com uma história maravilhosa por detrás. O ano de 2014 foi um passo muito grande que eu dei, um passo de coragem que aos poucos tem sido reconhecido.

 Aos 14 anos, lançou o seu primeiro grande êxito. Sente que perdeu a adolescência de uma rapariga normal?

Eu acho que sim. Na altura, quando me perguntavam isso, achava que não. Hoje olho para trás, com quase 35 anos, e penso que houve muita coisa que não vivi. Saí da escola muito cedo, o meu pai tirou-me da escola aos 14 anos, era muito novinha e acho que houve muita coisa que se perdeu e que me fez confusão na altura. Eu entrei neste mundo artístico sem preparação, aconteceu tudo muito a ferros, muito agressivo para mim. Comecei a pisar o palco com oito anos apenas. Mas a realidade é que o público reconheceu o meu talento, gosta de mim, e isso tem-me dado coragem para continuar e apostar nesta paixão: o fado.

 Até hoje, qual o momento da sua carreira de que mais se orgulha?

É difícil escolher um momento na carreira, porque são muitos os momentos de que me orgulho, mas há recentemente um momento especial: a participação no programa A Tua Cara Não Me é Estranha, em 2012. Foi marcante. A partir daí, as pessoas começaram a reconhecer que a Romana não era apenas a cantora do tema Bebé. Conheceram a outra faceta da Romana, mais versátil.

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