World Press Photo

Esta é a fotografia vencedora do World Press Photo 2017

A imagem do assassinato do embaixador russo na Turquia, por um segurança, captada pelo fotógrafo turco Burhan Ozbilici, em dezembro do ano passado, é a vencedora da 60ª edição do World Press Photo.

No dia 19 de dezembro de 2016 o mundo virou a sua atenção para a Turquia quando o embaixador russo foi assassinado a tiro por um dos próprios seguranças, numa galeria de arte, em Ancara. O momento ficou registado para a eternidade pela lente do fotojornalista turco Burhan Ozbilici, da Associated Press, e o retrato capturado foi eleito o grande vencedor do World Press Photo 2017.

A fotografia escolhida pelo júri do prémio internacional mostra o guarda-costas turco de pé, ao lado do corpo do embaixador Andrei Karlov, após o assassinato, durante um discurso na inauguração de uma exposição de arte na capital da Turquia.

Esta imagem faz parte de uma série intitulada “An Assassination in Turkey” (“Um assassinato na Turquia”), que também conquistou o prémio na categoria “Spot News – Stories”. A sequência de fotografias foi feita, por Ozbilici, antes, durante e depois de Mevlüt Mert Altintas, de 22 anos, ter disparado vários tiros contra o embaixador e gritado por Alepo e pela Síria.

O encontro do fotojornalista com a cena que acabou por captar aconteceu por acaso. Num relato que publicou posteriormente num blogue da Associated Press, Ozbilici contou que só entrou na galeria para fotografar a exposição “porque estava a caminho da redação”. Quando lá chegou, “os discursos já haviam começado”, tendo-se aproximado para fotografar o embaixador, “pensando que as fotos viriam úteis para histórias sobre as relações turco-russas”. Foi nesse momento que se ouviu o primeiro disparo, e, desde essa altura, Ozbilici não parou de fotografar.

Presidente do júri contra fotografia vencedora

Mas a escolha da imagem não foi pacífica. O presidente do júri do World Press Photo, Stuart Franklin, votou contra a imagem vencedora. Num artigo de opinião publicado no The Guardian, Stuart Franklin admite que a fotografia de Burhan Ozbilici “tem impacto, sem dúvida” e que é uma justa vencedora da categoria “Spot News – Stories”, mas não deve ser a foto do ano.

Para o presidente do júri, trata-se da “imagem de um assassinato, com o assassino e o morto, ambos na mesma fotografia, e moralmente é tão problemático como publicar um terrorista a decapitar a vítima”.

Franklin elogia o trabalho do fotógrafo turco e considera que merece reconhecimento, mas sustenta que o seu voto contra foi por recear que os grandes prémios amplifiquem as mensagens de terroristas pela publicidade adicional.

Além de Burhan Ozbilici, participaram no concurso mais de cinco mil fotógrafos de 125 países diferentes, num total de 80 mil imagens. Destes, foram distinguidos 45 fotógrafos de 25 países, nas oito categorias existentes.

Para já, as imagens distinguidas este ano no maior prémio internacional de fotojornalismo podem ser vistas no site do World Press Photo. Mas, segundo a Sic Notícias, de 28 de abril a 22 de maio, vai poder vê-las bem de perto na exposição que o Museu de Etnologia vai receber.

Comentários

comentários