Ele disse que a depressão não é real. E incendiou as redes sociais.

Ele disse que a depressão não é real. E incendiou as redes sociais.

No final da semana passada, o lutador de MMA Andrew Tate inflamou as redes sociais ao afirmar no Twitter que a depressão não existe.

Uma onda de contestação invadiu o Twitter de Andrew Tate quando o lutador decidiu dizer aos seus 24 mil seguidores que a depressão, uma doença que segundo a Organização Mundial da Saúde afeta mais de 300 milhões de pessoas, não é real.

A publicação do lutador de MMA, na qual afirma “Depressão não é real. Se se sente triste, continue em frente. Vai estar sempre deprimido se sua vida for deprimente. Mude.”, não foi, como seria de esperar, bem recebida pelos seus seguidores e deu início a uma discussão inflamada nas redes sociais.

https://twitter.com/Cobratate/status/905768225023123460

Para além dessa afirmação, o ex-concorrente do programa de televisão Big Brother britânico diz ainda que a depressão é inteiramente circunstancial e alega que as pessoas deprimidas “são infelizes com as suas vidas simplesmente porque são preguiçosas para mudá-las”.

https://twitter.com/Cobratate/status/905768441294049281

Rapidamente vários utilizadores se insurgiram e mostraram a sua indignação através dos seus comentários, enquanto outros aproveitaram para partilhar testemunhos da doença. Uma pessoa escreveu: “esta é possivelmente a pior, mais mal mal-educada e ignorante publicação que eu já vi”.

Mas o mais impressionante foi a eloquente lição que uma sobrevivente do atendado na Manchester Arena, em Inglaterra, decidiu ensinar a Andrew. No seguimento da sua publicação, Karen Orchard respondeu: “Eu estou deprimida e triste porque um homem fez-se explodir perto de mim e da minha filha na Manchester Arena. Eu espero que nunca passe por uma tristeza como esta”. E prossegue: “Eu preciso de ajuda profissional para superar a fase que estou a passar. Não tenho culpa de estar deprimida, eu não gosto disso. É o que é.”

Quem também reagiu ao tweet, entre outras celebridades, foi a escritora J.K. Rowling, dizendo que este “ensina muito sobre a projeção, um mecanismo de defesa, mas zero sobre a doença mental real que é a depressão”.

A autora da saga de livros do Harry Potter continuou a manifestar a sua revolta ao afirmar que “algumas das pessoas mais talentosas, bem-sucedidas e impressionantes” que conhece sofreram ou sofrem de depressão. “Você não está sozinho”, diz, ao mesmo tempo que incentiva as pessoas a procurar ajuda.

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