CBS Louisiana

“Há pessoas sem máscara no supermercado, na rua e nos funerais. É como se não houvesse pandemia”, Helena, 47 anos, portuguesa a viver em Luisiana, Estados Unidos

Foto: CBS News (Notícia: Louisiana entre as cidades que ignoram o uso de máscara) – Notícia aqui.

França acaba de anunciar novo confinamento e vai fechar as escolas durante três semanas. Espanha endureceu a utilização de máscara e publicou esta terça-feira uma lei que exige o uso de máscara obrigatório, mesmo nas praias e nas piscinas. Nos Estados Unidos, as regras também existem. Mas parece haver um Estado que insiste em manter-se à parte do mundo, como nos conta Helena, portuguesa a viver há nove anos em Luisiana, EUA. “A sensação é que aqui não se passa nada. Mas passa-se. Eu tomei as dores de Portugal. Acompanho de perto a situação do meu país e mantenho-me informada dos números de infetados e de mortes. Protejo a minha família, todos usamos máscara e mantemos o distanciamento. Mas quando vamos ao supermercado, a empregada não reclama quando alguém entra sem máscara. Ao fim da tarde, os americanos juntam-se para caminhar. Eu também caminho, mas distante dos outros. Eles fazem-no aos magotes. Nos restaurantes, é suposto haver uma taxa de ocupação, mas se alguém reservar um grupo de 20 pessoas, o responsável permite. Eu tenho a preocupação de ir de férias para uma casa na montanha ou para praias mais reservadas. Mas aqui as pessoas circulam muito livremente”, explica Helena.
Os avisos e as mensagens de sensibilização dos profissionais de saúde são constantes. Reforçam que a “máscara pode salvar vidas”. Qual é então a justificação para a não adoção de regras de segurança? “Os americanos dizem-nos que a pandemia é uma questão política. Falam do petróleo, da política… e eu simplesmente não entendo”, responde.

Helena explica-nos por que é tão fácil e rápido agendar a vacinação em Luisiana: “é de um dia para o outro. Porque não há muita gente na lista, além dos médicos e técnicos de saúde. Não acreditam na pandemia nem na vacina. Assim que foi possível, eu e o meu marido marcámos. Aqui a imunização é feita nas farmácias, e podemos escolher a vacina no ato da marcação. Nós optámos pela Pfizer. Se tudo correr bem, queremos ir passar férias a Portugal e queremos proteger a nossa família em Portugal”, conta.

Helena sente que faz parte das poucas famílias deste estado americano que encara a pandemia de “forma muito séria”. As filhas adolescentes também cumprem as regras, apesar do “não se passa nada”. A partir desta altura, “costumam acontecer os festivais ao ar livre de jazz, folclore. É essencialmente esta ausência de música que marca a pandemia em Luisiana”, destaca.

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