Livraria na Suécia - só entram livros censurados

Livros e Censura: Como é possível?

A propósito do Dia Mundial das Bibliotecas, 1 Julho, e não sendo eu rato de biblioteca, gosto sempre de bisbilhotar estes espaços espalhados pelo planeta e os quais gostaria de visitar um dia.
Acidentalmente, a minha pesquisa online foi parar ao sul da Suécia, onde há pouco tempo foi inaugurada a primeira biblioteca de livros censurados do mundo.
Mesmo à minha medida, ou seja, à medida dos meus gostos literários, da minha curiosidade e também da vontade partilhada em homenagear autores injustiçados na/pela sua escrita.
Chama-se Dawitt Isaak esta nova biblioteca. Uma alusão ao jornalista e autor Dawit Isaak, que há 20 anos permanece preso em lugar secreto, na Eritreia –  sem julgamento, sem direito a visitas de advogados e da família  –  por ter publicado críticas ao regime. Apesar de ter nascido no país africano, Isaak é cidadão sueco. E ao longo do tempo, a Suécia – onde viveu com a mulher e os seus filhos – tem-se desdobrado em campanhas e iniciativas diplomáticas para conseguir a liberdade imediata e incondicional. Em 2017, Isaak ganhou o Prémio Mundial da Liberdade de Imprensa. E ainda em Outubro passado, a Repórteres sem Fronteiras (RSF) apresentou à justiça sueca uma queixa por crime contra a humanidade cometido contra o jornalista eritreu-sueco Dawit Isaak.

Nesta biblioteca onde só entram livros censurados – (Versos Satânicos, do anglo-indiano Salman Rushdie, A Casa dos Espíritos, da chilena Isabel Allende e até Harry Potter, da britânica J.K. Rowling, que foi censurados nos Emirados Árabes Unidos). E uma cadeira vazia, à espera que Dawit Isaak regresse à Suécia. A censura faz parte da história. Mas como dizia, numa entrevista, a diretora desta biblioteca,
é algo que ainda pertence à história. Como é possível?

Foto: Biblioteca Dawit Isaak, Suécia

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