Desde o dia 16 de Julho que, tendo em conta o crescimento da pandemia em Portugal, foram introduzidas medidas específicas no acesso a restaurantes localizados nos 90 concelhos em risco elevado ou muito elevado (lista abaixo).
Passou a ser necessário apresentar um certificado digital covid ou um teste à covid com resultado negativo para entrar nos restaurantes entre as 19h00 de sexta-feira e a noite de domingo, assim como aos feriados. As esplanadas escapam às novas regras. “O que tem acontecido é que as esplanadas estão cheias e o interior dos restaurantes vazio. Nós temos uma esplanada com duas mesas. O que significa que, neste fim de semana, recebi meia dúzia de clientes. Cá dentro almoçaram seis pessoas ao todo, dois médicos e um grupo de quatro franceses com certificado. Tive que mandar clientes embora – não tinham certificado e também não queriam fazer teste. Eu compreendo-os. Porquê terem que se submeter a um teste desconfortável quando podem ir procurar uma esplanada e fazerem o seu brunch sem se chatearem mais com o assunto? Quanto mais tempo conseguirão os restaurantes suportar esta quebra?”, pergunta Catarina, proprietária do The Whisk Café, um espaço localizado no coração de Lisboa, conhecido pela sua carta de brunchs.
A proprietária refere uma diminuição de 80% da faturação ao fim de semana, na sequência da implementação desta nova medida. E recorda que o The Whisk Café nunca conheceu outros tempos: “abrimos em tempos de confinamento. Temos conquistado clientes a muito custo e graças à nossa qualidade. Mas não há como entender nem classificar medidas sem coerência na restauração”, conta Catarina. “Esta medida e o fecho de portas é praticamente igual para nós. Os clientes não entram de qualquer forma. A única diferença será que fechar portas implica ceder subsídios à restauração….”, lamenta Catarina.
Para ter o certificado digital covid (em formato digital ou impresso), é necessário ter a vacinação completa (as duas doses, no caso das vacinas da Pfizer, da AstraZeneca e da Moderna, ou a dose única, no caso da Johnson), há pelo menos 14 dias. Luísa fez a segunda dose Pfizer há uma semana e, não tendo certificado digital, mostrou o cartão que regista as datas das suas dosagens Pfizer ao empregado do restaurante onde pretendia jantar no sábado passado, em Telheiras. “Ele aceitou. Disse que era suficiente. E eu e a minha amiga conseguimos jantar, pois as esplanadas estavam todas cheias”, conta a cliente ao Blogue Júlia.
47 concelhos em risco muito elevado
(i.e., com uma taxa de incidência superior a 240 casos por cem mil habitantes nos últimos 14 dias ou 480 se forem concelhos de baixa densidade)
Albergaria-a-Velha, Albufeira, Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Aveiro, Avis, Barreiro, Benavente, Cascais, Elvas, Faro, Ílhavo, Lagoa, Lagos, Lisboa, Loulé, Loures, Lourinhã, Mafra, Matosinhos, Mira, Moita, Montijo, Nazaré, Odivelas, Oeiras, Olhão, Oliveira do Bairro, Palmela, Peniche, Portimão, Porto, Santo Tirso, São Brás de Alportel, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Vagos, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Gaia e Viseu.
43 concelhos de risco elevado (i.e., aqueles que registam, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 120 casos por cem mil habitantes nos últimos 14 dias ou superior a 240 se forem concelhos de baixa densidade): Alcobaça, Alenquer, Arouca, Arraiolos, Azambuja, Barcelos, Batalha, Bombarral, Braga, Cantanhede, Cartaxo, Castro Marim, Chaves, Coimbra, Constância, Espinho, Figueira da Foz, Gondomar, Guimarães, Leiria, Lousada, Maia, Monchique, Montemor-o-Novo, Óbidos, Paredes, Paredes de Coura, Pedrógão Grande, Porto de Mós, Póvoa de Varzim, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Santiago do Cacém, Tavira, Torres Vedras, Trancoso, Trofa, Valongo, Viana do Alentejo, Vila do Bispo, Vila Nova de Famalicão e Vila Real de Sto. António.
