A primeira vez que o vi foi em palco. Na Casa da Comédia, a “casa” onde se estreou no final da década de 70, com “A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini”, sob a direção de Filipe La Féria.
Recordo-me de o ter observado em palco e de o meu primeiro pensamento – “mas que homem bonito!” – ter sido rapidamente atropelado pelo segundo: “que talento!”. E o talento viria a ser confirmado, categoricamente, em cada passo. Rogério, o Ator Revelação, para a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, em 1981, saltava um ano depois para a caixinha mágica, com “Vila Faia”. E na televisão, espalhou magia, charme, amizade.
Costuma-se dizer que é nas viagens que nos conhecemos melhor. E eu sinto que, de facto conheci um outro Rogério, desde que viajámos juntos, em equipa, a Nova Iorque, em representação da novela da SIC ‘Rosa Fogo”, candidata a um Emmy. Foram cinco dias fantásticos, bem-dispostos, tão divertidos. A minha admiração por ele era enorme. Mas cresceu ainda mais um bocadinho desde então. Um ator de exceção. Um artista intenso. Uma personalidade vincada, sempre a deixar a sua marca em cada trabalho, em cada amizade. Eu gosto muito do Rogério. E tenho dificuldade em conjugar esta frase no tempo verbal que as circunstâncias impõem. Até sempre.