Esta senhora também se chama Júlia. E, curiosamente, percebi que ambas começámos a correr pela mesma altura. Com uma “pequenina” diferença. A Júlia fez agora 106 anos. O que significa que descobriu a corrida aos 100. Parece que esta professora reformada já praticava ciclismo mas ter-se-á cansado de estar sempre a vencer os colegas da sua idade e categoria. Voltou-se então para a corrida, desafiada por um dos filhos: por que não correr aos 100 anos, 100 metros em menos de 100 segundos? Correu. Venceu. E continuou a fazê-lo, até somar, no ano passado, um record nos 100 metros, nos Jogos de Louisiana, Estados Unidos da América. A notícia – correu! – mundo e Júlia assume que gosta de ser uma inspiração para os outros. Em entrevista à BBC, dizia que “eu quero correr até conseguir. A minha mensagem para os outros é: se querem envelhecer saudáveis e felizes, têm que manter-se ativos”.
A Júlia – “Júlia furacão” como é conhecida – acaba de celebrar 106 anos. Voltei a lembrar-me dela pelas suas palavras, há dias, na sequência do seu aniversário. “Ultimamente”, conta, tem dedicado algum do seu tempo àquilo que chama de momentos mágicos. Momentos mágicos são “momentos incríveis” que nem sempre tivemos oportunidade de ver antes. Como um nascer do sol, uma estrela cadente.
Que inspiração esta homónima.
Photo credit: National Senior Games
