Júlia Pinheiro

Vertigens? No meu caso, a causa chama-se “doença dos cristais”

8 Perguntas com respostas
sobre a perturbação que muito tem desequilibrado o meu bem-estar nos últimos tempos. Que esta informação possa ser esclarecedora para todos os que partilham estas “crises do ouvido”. 

1.  Vertigens: é motivo para marcar consulta?
As vertigens podem ser causadas por várias doenças. Estão geralmente associadas a problemas da área da otorrinolaringologia ou da neurologia e requerem tratamento especializado. Por isso, são motivo para marcar consulta médica.

2. Vertigem é a mesma coisa que Tontura?

De acordo a Harvard Medical School, a vertigem é diferente de uma tontura e caracteriza-se por uma falsa sensação de movimento ou de rotação. Muitas vezes, as vertigens fazem-se acompanhar de falta de equilíbrio, náuseas, vómitos e sudação excessiva, conforme está descrito na página da CUF. 

3. Qual é a causa mais frequente da vertigem?

Uma das causas mais frequentes de vertigem é a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), um distúrbio comum do ouvido interno.  

4. O que é a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) e por que é conhecida como “doença dos cristais”?

Considera-se que a VPPB decorre da deslocação de partículas (os chamados “cristais”) que supostamente deveriam estar devidamente “arrumadas” numa zona da parede interna do ouvido, mas que saem do lugar e entram
nos canais semicirculares do ouvido interno. Embora esta situação não provoque sintomas graves como perda de audição, gera sintomas que podem causar muito mal estar e preocupação.
Pessoas com VPPB podem experimentar uma sensação/ilusão de rotação – vertigem – sempre que houver uma mudança na posição da cabeça (a sensação de que a sala está a “andar à volta”).

5. Quais os sintomas da VPPB?

Os sintomas podem ser muito angustiantes, conforme indica a página de uma das universidades de medicina mais prestigiadas a nível mundial, a Johns Hopkins University School of Medicine, nos Estados Unidos: “As pessoas podem cair da cama ou perder o equilíbrio quando se levantam da cama e tentam andar. Se as pessoas inclinarem a cabeça para trás ou para a frente enquanto caminham, podem cair, correndo o risco de se magoarem.
A vertigem pode fazer com que a pessoa se sinta bastante doente, com náuseas e vómitos. O início da VPPB pode ser abrupto e assustador. As pessoas podem pensar que estão gravemente doentes; por exemplo, podem temer estar a sofrer um derrame.”

6. O que é que pode contribuir para a VPPB?

Em muitos casos, não há um fator específico que provoque a ocorrência da VPPB. Geralmente decorre de um movimento, mudança de posição da cabeça. Há quem apresente os sintomas quando inclina a cabeça para trás. E os sintomas tendem a piorar com a idade e o desgaste das estruturas do ouvido interno. Outras situações que podem provocar uma crise:
– Traumatismo craniano
– Manter a cabeça na mesma posição por muito tempo, como na cadeira do dentista
– Treino/exercício (aeróbico) de grande intensidade
– Outras doenças do ouvido interno (isquémicas, inflamatórias, infecciosas)

7. Quem está em maior risco de sofrer de VPPB?

A VPPB pode afetar pessoas de todas as idades, sendo, no entanto, mais comum em pessoas com 50 ou mais anos.
Estudos clínicos também mostram que a VPPB é mais frequente em mulheres, particularmente em mulheres em fase de pré-menopausa ou que se submeteram a terapia hormonal de substituição. Estudos sugerem uma associação entre estrogénios e a VPPB.

8. Em que consiste o tratamento para a VPPB?

O tratamento de VPPB envolve exercícios de fisioterapia. Com as manobras de fisioterapia, pretende-se mover as partículas de carbonato de cálcio (“cristais”) para fora dos canais semicirculares e recolocá-las de volta para a respetiva zona, o utrículo. O utrículo é um órgão localizado no ouvido interno que ajuda a controlar o equilíbrio.

 

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