Reação de emigrantes portugueses ao incêndio em Pedrógão Grande

Porquê? Como foi isto possível? Ver uma parte do meu país a arder desta maneira é inacreditável!

No país onde moro, os proprietários de florestas, pastos ou um metro quadrado de terreno que seja, são obrigados a ter tudo impecavelmente limpo sob pena de coimas pesadíssimas! E eles cumprem! Poderão dizer alguns, ah mas por aí não há calor! Não há calor?? Há e muito!

Por Tânia Leal, advogada, a viver atualmente na Suíça

Perderam-se, pelo menos, 62 vidas, 62 famílias destroçadas, por causa de um incêndio em
pleno século XXI! Diz o primeiro ministro que foi uma calamidade de ordem natural e que não é hora de apurar responsabilidades!!! Como é possível! Claro que o momento é de luto e de tristeza, mas é hora de reflectir, concluir o que correu mal e aferir responsabilidades! A responsabilidade não pode ser totalmente atribuída a uma trovoada seca!

Vivo fora de Portugal num país onde o verde impera e as comparações são inevitáveis! Não, não sou a típica emigra que diz mal do seu país: adoro Portugal, não há comida como a nossa, praia como a nossa e país como o nosso, mas e o resto? Onde está o civismo? A prevenção? O cuidar do que é nosso para bem da comunidade? O investir na floresta, em meios e em planeamento??

No país onde moro, os proprietários de florestas, pastos ou um metro quadrado de terreno que seja, são obrigados a ter tudo impecavelmente limpo sob pena de coimas pesadíssimas! E eles cumprem! Poderão dizer alguns, ah mas por aí não há calor! Não há calor?? Há e muito!

E ainda na semana passada houve uma trovoada seca “de meter medo ao susto”! Mas há prevenção! Há civismo! Antes gastar dinheiro em prevenção do que desperdiçar dinheiro em combates depois de tantas mortes! Sinto-me revoltada! Tenho muita pena das vítimas e das famílias das vítimas, dos bombeiros que lá andam a arriscar a vida e de ver o meu país neste estado. Até quando?….

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