Esgotámos os recursos naturais deste ano. E agora?

Esgotámos os recursos naturais deste ano. E agora?

A humanidade consumiu nesta quarta-feira todos os recursos naturais que o planeta consegue renovar num ano. A partir de agora, e até 31 de dezembro, vamos viver acima das possibilidades naturais, numa espécie de crédito ambiental.

Em cada ano que passa consumimos mais rápido água e os recursos consumidos pela pesca, pecuária, agricultura, entre outros, que a Terra consegue renovar todos os anos. Em 2016, esse dia chegou a 8 de agosto. Este ano, esgotamos os recursos naturais a 2 de agosto.

De acordo com a associação ambientalista ZERO, o Overshoot Day, como é chamado o dia em que é atingido o limite do sustentável, “indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para o bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”. A última vez que o Homem respeitou o orçamento natural anual foi em 1970.

E Portugal é um dos contribuintes ativos do problema. Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que nós, seriam necessários 2,3 planetas para aguentar o esforço ambiental em vez dos atuais 1,7.

No nosso país, as atividades que mais contribuem para o problema são o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18% da pegada). Pontos críticos que podem ser alvo de intervenção.

Reduzir a pegada ambiental

Mudar os estilos de vida é importante, mas a pegada é tal que necessita de ação política e das empresas.

Entre as várias propostas da ZERO para diminuir o défice ambiental está a aposta naquilo a que se chama economia circular, que consiste em utilizar e reutilizar ao máximo. Ou seja, abandonar o paradigma de “usar e deitar fora” e passar a reutilizar.

A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e de alimentos processados, a par de um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, é outro dos caminhos a seguir.

A associação sugere também a partilha de boleia (“car-sharing”) ou a criação de infraestruturas e condições que permitam a mobilidade suave para andar a pé ou utilizar a bicicleta, uma vez que a mobilidade sustentável pode ser um motor essencial de mudança.

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