Eu nasci para ser pedagogo, só não sabia disso

“Eu nasci para ser pedagogo, só não sabia disso”

Foi atrás das grades, e aos 42 anos, que Luciano Cabral da Silva descobriu a sua vocação: ser professor.

Condenado por assalto à mão armada, Luciano Cabral da Silva é um dos três reclusos que fazem faculdade à distância no Estabelecimento Prisional 1 de Serra Azul, na região metropolitana de Ribeirão Preto, em São Paulo.

Depois de já ter sido detido por duas vezes, Luciano chegou à penitenciária há cerca de quatro anos e meio para cumprir uma pena total de 53 anos. Assim que chegou, procurou trabalho e, após ter passado por algumas ocupações, conseguiu uma vaga como empregado de limpeza na escola da penitenciária.

Apesar de os estudos serem, aparentemente, um assunto encerrado na sua vida – Luciano só tinha estudado até ao 8º ano −, o ambiente escolar despertou-lhe a vontade de aprender mais. Foi, então, que decidiu, como recluso, fazer as provas para concluir o ensino fundamental e médio, que corresponde aos nossos segundo e terceiro ciclos, respetivamente, tendo sido aprovado em ambas. Nessa altura, surgiu uma vaga de monitor na escola da prisão e, ao mesmo tempo, a oportunidade de participar no projeto da faculdade à distância, que funciona dentro do estabelecimento prisional, em parceria com o centro universitário Claretiano.

Agora, enquanto frequenta o curso superior de pedagogia, Luciano leciona também, de segunda a quinta-feira, um curso que promove o desenvolvimento pessoal, profissional e social dos detidos, com o objetivo de mudar os seus comportamentos para que não sejam novamente excluídos pela sociedade.

Quando cumprir a pena e sair em liberdade, Luciano quer usar a sua experiência pessoal e dar palestras, em casas de reabilitação, igrejas e escolas, sobre o perigo das drogas e a força da educação. “Eu nasci para ser pedagogo, só não sabia disso”, confessou ao jornal Folha de São Paulo.

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