Tricô é tão bom como os antidepressivos

Ansiedade? Tensão? Resposta: tricô!

Planos para este fim de semana? Tricô! Reduz a depressão e a ansiedade!

 

Esta informação vem da instituição inglesa Knit for Peace (Tricotar pela Paz), que tem uma rede de mais de 15 mil pessoas a tricotar no Reino Unido. Esta instituição de solidariedade fez uma análise de vários estudos sobre os benefícios do tricô como passatempo. O objetivo foi confirmar se, de facto, esta atividade, normalmente associada às avós, traz mais benefícios para além de uma camisola nova.

Segundo o relatório, as vantagens passam por uma melhoria da saúde física e mental, o retardamento da demência, o combate à depressão e a diminuição da dor crónica.

 

Tricotar para não envelhecer

 

A própria Knit for Peace realizou um inquérito entre os seus membros. 70% dos ‘tricotadores’ que fazem parte da organização responderam que o tricô lhes traz benefícios de saúde. O maior benefício (em 86% dos casos) é o estado de relaxamento que proporciona; mais de um quarto dos participantes atribuíram a redução da tensão arterial a esta prática. Um em cada dez (10,7%) afirmou que o tricô ajuda a lidar com a dor crónica. Um em cada seis (14,3%) indicou como efeito o relaxamento dos músculos e diminuição da tensão, e um em cada cinco (21,4%) afirmou que tricotar reduz a dor originada pela artrite.

 

Em 2012, um estudo da Mayo Clinic avaliou o efeito do tricotar em mais de 1300 pessoas com mais de 70 anos. Estas pessoas mostravam alguma limitação cognitiva e encontravam-se num estado intermédio entre o envelhecimento natural e indícios de demência. Descobriu-se que aqueles que começavam a tricotar apresentavam menor probabilidade (entre 30 e 50%) de vir a ter problemas cognitivos avançados. Ler e jogar computador também fazia o mesmo efeito.

 

Em 2007, foi feito um estudo pelo Instituto da Mente e do Corpo, da Escola de Medicina da Universidade de Harvard. Os resultados foram surpreendentes, pois registou-se uma descida média de 11 batimentos cardíacos por minuto. A prática do tricô chega a induzir até um “estado avançado de calma”, semelhante ao que é proporcionado pelo ioga, e o chamado estado de “fluxo” (foco total numa tarefa associado à motivação de a realizar), normalmente atingido por atletas de alta competição. Além de ser um antidepressivo eficaz, a mudança da concentração para uma atividade repetitiva leva a que pessoas que lidam diariamente com dor crónica possam sentir-se melhor. Estes movimentos repetitivos também fazem libertar a hormona serotonina, que melhora a disposição.

 

Tricotar para deixar de fumar?

 

A Knit for Peace destacou também o caso de Sarah R. Sarah contou que a sua experiência com o tricô a ajudou a deixar de fumar, tendo até conseguido perder peso. “Como mantém as minhas mãos ocupadas, deixei de petiscar à frente da televisão todas as noites”, explica Sarah. “Baixei dois números de roupa no meu primeiro ano a tricotar, além de me ter ajudado a deixar de fumar.”

 

A instituição salienta também que, além destes benefícios, tricotar é também uma atividade social. Não impede as pessoas de conversarem enquanto praticam. Trata-se ainda de uma atividade bastante acessível, mesmo quando se perde alguma força nas mãos e/ou nos braços.

 

Porque não, então, fazer como as avozinhas? Sem planos para o fim de semana? Pode sempre recorrer ir ao YouTube, onde existem centenas de tutoriais de tricô para principiantes.

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