Setsuko Harmon, 78 anos, foi avó. E todos os dias recebe a notícia como se fosse a primeira vez. Todos os dias conhece e apaixona-se pela sua neta. Todos os dias pergunta quem é aquela bebé que a sua filha segura nos braços. Todos os dias, a mesma pergunta. Todos os dias, a mesma resposta: “é a sua neta”.
As imagens são captadas por Christine Stone, a filha: “Queria mostrar às pessoas que esta é uma doença terrível, mas que também podemos encontrar alguns momentos de felicidade”.
Cada vez que a japonesa Setsuko pergunta que criança é aquela que a sua filha tem nos braços e fica saber que tem uma neta, a reação repete-se: a avó bate palmas e o seu rosto enche-se de alegria.
Christine explicava em declarações à imprensa o quanto é frustrante quando há alguém que faz a mesma perguntas umas 40 vezes. Mas os doentes que sofrem de Alzheimer não têm culpa, acrescenta.
Este vídeo mostra-nos como é viver com Alzheimer e presenciar a morte neuronal que atinge determinadas partes do cérebro, com algumas causas ainda por determinar.
É a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. A Doença de Alzheimer, que deve o nome ao médico Alois Alzheimer, que em 1907, descreveu pela primeira vez a doença, provoca alterações progressivas e irreversíveis de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras).
A Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer dispõe de vários serviços de apoio à doença.
Uma das iniciativas, por exemplo, acontece todos os segundos ou quartos sábados de cada mês, em vários espaços espalhados pelo país. Chama-se Café Memória. Muito interessante: É um local de encontro para partilha de experiências e suporte mútuo. É destinado a pessoas com problemas de memória ou demência, bem como aos respetivos familiares e cuidadores.
O Café Memória promove a interação entre pessoas com experiências semelhantes e a participação dos utilizadores em atividades lúdicas e estimulantes, num ambiente reservado e seguro em que é oferecido apoio emocional e informação.
Algumas perguntas mais frequentes
Quais são os sintomas?
Nas fases iniciais, os sintomas da Doença de Alzheimer podem ser muito subtis. Todavia, começam frequentemente por lapsos de memória e dificuldade em encontrar as palavras certas para objetos do quotidiano.
Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas fica alterada.
Outros sintomas característicos:
- Dificuldades de memória persistentes e frequentes, especialmente de acontecimentos recentes;
- Apresentar um discurso vago durante as conversações;
- Perder entusiasmo na realização de atividades, anteriormente apreciadas;
- Demorar mais tempo na realização de atividades de rotina;
- Esquecer-se de pessoas ou lugares conhecidos;
- Incapacidade para compreender questões e instruções;
- Deterioração de competências sociais;
- Imprevisibilidade emocional.
Consoante as pessoas e as áreas cerebrais afetadas, os sintomas variam e a doença progride a um ritmo diferente. As capacidades da pessoa podem variar de dia para dia ou mesmo dentro do próprio dia, podendo piorar em períodos de stress, fadiga e problemas de saúde. No entanto, o certo é que vai existir uma deterioração ao longo do tempo. A Doença de Alzheimer é progressiva e degenerativa e, atualmente, irreversível.
Qual a causa da Doença de Alzheimer?
Os investigadores estão a descobrir rapidamente mais dados sobre as alterações químicas que provocam danos às células cerebrais na Doença de Alzheimer. Mas para além das pessoas que desenvolvem a Doença de Alzheimer Familiar, não se conhece o motivo pelo qual uma pessoa desenvolve a doença e outra não.
Estão a ser investigadas várias causas suspeitas da Doença de Alzheimer, incluindo fatores ambientais, perturbações bioquímicas e processos imunitários. A causa pode variar de pessoa para pessoa e pode ser devida a um ou a vários fatores.
Quem desenvolve a Doença de Alzheimer?
Qualquer pessoa pode desenvolver a Doença de Alzheimer. No entanto, é mais comum acontecer após os 65 anos. A taxa de prevalência da demência aumenta com a idade. A nível mundial, a demência afeta 1 em cada 80 mulheres, com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos, sendo que no caso dos homens a proporção é de 1 em cada 60. Nas idades acima dos 85 anos, para ambos os sexos, a Demência afeta aproximadamente 1 em cada 4 pessoas.