Há estatísticas que indicam que 80% das resoluções de Ano Novo não passam da segunda semana de fevereiro. E a percentagem das resoluções que sobrevivem até ao final do ano é menor que 10%. Grande parte destas Resoluções está relacionada com a saúde – fazer dieta ou praticar exercício lideram as decisões do dia 1 de Janeiro.
Por que é que os desejos ficam pelo caminho? É a pergunta que se impõe depois de revermos a longa lista de resoluções que chegamos a planear ao detalhe. As intenções são boas. Mas na prática, nada acontece. E o professor de psicologia da Universidade de Northeastern (Reino Unido), David DeSteno, explica porquê. Num artigo assinado no The Guardian, o especialista tenta perceber as baixas taxas de sucesso destas resoluções numa sociedade que é orientada para objetivos e… sucesso.
Recorda-nos o especialista que as resoluções exigem uma dose de sacrifício no momento imediato – ou seja, poupar implica guardar dinheiro numa conta poupança em vez de o gastar num smartphone. O problema está aqui: o nosso cérebro, explica David, tende a valorizar os prazeres do imediato. Como é que se resolve este conflito: com muita força de vontade, dizem muitos dos livros de auto-ajuda do mercado.
David DeSteno diz outra coisa: não basta força de vontade. Segundo David, convém não esquecer o papel que as emoções têm na forma como cumprimos as nossas resoluções. O especialista diz-nos que ao longo da história humana, o que tem contribuído para o sucesso é o bom caratér. Uma pessoa honesta e generosa terá maior facilidade fazer sacrifícios e compartilhar, no sentido de assegurar maiores recompensas no futuro, comprando com uma pessoa egoísta.
E o professor de psicologia explica que “são as emoções como a gratidão, a compaixão e o orgulho, aquelas que ajudam as pessoas a resistir às tentações” do prazer imediato.
Cultivar estas emoções pode, segundo o especialista, ajuda a “fazer dieta”, “começar a ir ao ginásio”, “ler mais”. Não custa tentar. O “pior” que pode acontecer é sermos melhores pessoas em 2019!