Há slime tóxico à venda. Dia Internacional do Brincar

slime tóxico à venda.

Atenção, mães e pais. O alerta foi dado há dias pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco).

A popularidade deste brinquedo não se limita a geografias: há dias, a imprensa publicava uma das brincadeiras favoritas da princesa Charlotte, 4 anos, filha de William e Kate Middleton: brincar com slime.

É uma das diversões preferidas dos mais novos. Mas tal como já aconteceu em outros países, os testes provam que o assunto é um pouco mais sério.

Há precisamente um ano, a Which? (associação britânica com atividade semelhante à Deco em Portugal) alertou os pais para a existência de slime tóxico no mercado.

Oito dos 11 slimes testados pelos analistas britânicos chumbaram nos testes de segurança. Havia brinquedos com quantidades (quatro vezes mais) de boro (tóxico) superiores ao permitido.

Esta investigação surge na sequência da denúncia feita pelo Safety Gate, Sistema Europeu de Alerta Rápido sobre produtos perigosos não alimentares, e que conduziu à retirada de produtos das prateleiras das lojas por conterem boro em excesso.

A Deco decidiu adquirir oito produtos de slime no mercado e reencaminhou-os para análise, em laboratório especializado na avaliação da segurança química. Os resultados mostram que apenas cinco dos oito produtos avaliados são seguros.

Foram pesquisados 19 elementos potencialmente perigosos (como ftalatos, solventes e boro) e que em quantidades acima do permitido, podem apresentar riscos para as crianças, através do contacto, inalação ou ingestão.

À semelhança do que aconteceu em outros países, foram identificados dois produtos com boro em excesso (Poopsie Slime Surprise e Slime Intergalactic SLI0010) e outro com valores próximos do limite máximo (Nickelodeon Slime Super Stretchy), adianta a Deco.

(ver aqui produtos perigosos)

boro, usado para dar a consistência gelatinosa e resistente ao slime, é uma substância que, “acima de determinados valores, está classificada, na Europa, como tóxica para a reprodução e irritante em caso de inalação ou ingestão ou em contacto com os olhos. Em excesso, pode causar diarreia, náuseas, fadiga, vómitos e cãibras”, esclarece a Deco. 

Como explicam os Youtubers nos seus vídeos, também é possível fazer slime caseiro. Basta adquirir ácido bórico. Foi o que fez também um elemento da Deco: quando procurou por ácido bórico numa farmácia, imediatamente lhe perguntaram se iria preparar slime.

“O pior foi chegar a casa e ler as advertências na embalagem: ‘Pode afetar a fertilidade’, ‘conservar em local fechado’ ou ‘usar equipamento de proteção’. Como é possível verificar nos vídeos online, nunca se vê qualquer equipamento de proteção. Outro perigo é a mistura de substâncias químicas sem qualquer conhecimento e sem indicação concreta das quantidades a considerar”, esclarece a Deco no seu portal.

 

Conselhos da Deco
– As receitas caseiras devem ser supervisionadas por adultos, mesmo que se trate de kits de preparação e que refiram não conter ácido bórico.

Quando brincam com slime, as crianças não devem comer ou beber e, ao terminarem, é importante lavarem as mãos.
Após a brincadeira, guarde o slimenum local fechado.

Conservar a embalagem original, para saber a quem reclamar em caso de problemas.

A associação salienta que, além do ‘slime’ que se compra, há o que se pode fazer em casa, existindo “milhares de vídeos na internet com crianças a preparar a substância viscosa”.

Uma vez que o ‘slime’ entra na categoria dos brinquedos, a Deco defende que deve respeitar os requisitos fixados na diretiva europeia sobre segurança destes produtos.

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