“A minha família e a minha filha são um grande golpe de sorte na minha vida”, Jorge Corrula

Golpe de Sorte, a mais recente aposta da SIC na ficção nacional, estreou segunda-feira, em horário nobre e liderou em termos absolutos com a 1 milhão 354 mil e 400 telespectadores que acompanharam a novela do primeiro ao último minuto. Jorge Corrula é um dos nomes do elenco.

Jorge Corrula é Caio Amaral na nova série e protagoniza com Sílvia Mira (interpretada por Dânia Neto) um casal de vilões que marca o enredo e que se inspira em clássicos como Bonnie e Clyde para construir duas marcantes personagens.  

Foto: Instagram Jorge Corrula

Jorge, dá-nos dois bons motivos para assistirmos à nova série da SIC, Golpe de Sorte?

Dois é complicado. Porque existem muitos. Em primeiro lugar, estamos a falar de um formato diferente, com 100 episódios, o que por sua vez também enriquece a história. É uma história cativante, muito portuguesa, rural, de pessoas que veem a sua organização ser totalmente transformada de um dia para o outro. É uma série com um elenco muito homogéneo, de pessoas mais velhas, maduras, e pessoas mais novas, com muito talento.

O que nos podes desvendar sobre o Caio Amaral, a personagem que interpretas nesta nova série?

Não posso desvendar muito. Posso adiantar que o Caio teve uma infância muito difícil, foi criado num orfanato de freiras onde conheceu a Sílvia. Ambos cresceram nesse contexto e tiveram que se “virar”. No caso deles, viraram-se para questões menos legais, aproveitando-se de pessoas mais fracas. Basicamente é o que eles vão tentar fazer, sacar algum dinheiro com a sorte que calhou à Maria do Céu. Vamos tentar “ajudar” a Maria do Céu a gerir o seu dinheiro da melhor maneira – nem ela imagina como…

Quais os aspetos mais desafiantes nesta sua interpretação?

O mais desafiante: procurar não fazer um Caio que se diverte a roubar os outros só porque sim. Ele tem um passado sofrido e isso ele não revela. É uma pessoa extremamente emocional, instintiva, impulsiva e violenta também, muito derivado à infância que teve. O principal desafio aqui foi tentar não fazer um vilão gratuito, um estereotipo. O Caio é também um homem vaidoso – por um lado não quer ser apanhado, por outro fica muito contente por ver o seu rosto escarrapachado nos jornais. Para esta interpretação, inspirei-me em várias imagens. Nós somos um casal de vilões – inspirei-me no casal Bonnie and Clyde  (considerados o casal de criminosos mais romanceados na história americana) e nos Assassinos Natos (filme dirigido por Oliver Stone), referências completamente distintas mas que se conjugam para responder às variadas situações. No primeiro episódio já tivemos um bocadinho de Bonnie e Clyde, com o Caio e a Sílvia verdadeiramente apaixonados e muito felizes quando surgem os seus rostos nas notícias, na televisão, mas também com um lado muito físico – quando algum golpe corre bem, isso funciona como uma espécie de gatilho sexual. Esta e outras referências vão dar uma consistência às personagens que permitem com que não sejam apenas vilões estereotipados.

Podes contar-nos um dos momentos mais marcantes dos bastidores?

Entre os momentos mais marcantes está o visionamento de segunda-feira – permitiu-nos ter noção do que os restantes colegas estão a fazer e noção da consistência da história. A história é muito comovente e, ao mesmo tempo, cómica também. É curioso como conseguimos rir e chorar nas cenas dramáticas.  Fiquei muito comovido enquanto espectador. Mas o mais difícil ainda: enquanto ator, comover-me a ver este trabalho. Depois, na filmagens, eu e a Dânia (Neto) divertimo-nos muito a gravar. Numa das cenas físicas, estávamos na cama e tínhamos que, de uma maneira mais impetuosa, saltar para a cama. Tal foi a intensidade, que partimos a cama, estrado incluído. E as gravações tiveram que ser interrompidas durante meia hora… (risos).

Ao longo da vida, qual ou quais foram até hoje os teus maiores “golpes de sorte”?

O meu maior golpes de sorte foi ter saído da Faculdade de Direito para fazer um espectáculo de teatro do Teatro da Trindade e depois o Conservatório. Foi ter-me cruzado com atores fantásticos com formação do Conservatório e não ter começado a fazer Morangos com Açúcar.
A minha família e a minha filha são um grande golpe de sorte na minha vida. E por último, este Golpe de Sorte, independentemente do que aconteça daqui para a frente, este projeto é muito delicioso. É muito comovente estar a fazer este projeto.

Recentemente associaste o teu nome à Liga Portuguesa Contra o Cancro. Quais são as tuas principais “causas”?

Eu estou sempre disponível para causas solidárias. Acho que é um dever social e cívico.

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