” As crianças veem em mim um avô de verdade que lhes transmite amor e alegria”, Avô Cantigas

“Uma vez, uma criança pediu aos seus pais se podia ir viver para a minha casa”, Avô Cantigas (Carlos Alberto Vidal, 65 anos)

No Dia Mundial da Criança, uma conversa animada com uma personagem que tem acompanhado muitas crianças de várias gerações. Porque o Avô Cantigas, 37 anos depois, continua a ser cabeça de cartaz de festivais e espetáculos dedicados aos mais novos. Tem 65 anos, mas este avô é daqueles com que todos sonhamos – parece que não envelhece. Está prestes a lançar um disco em nome próprio, desta vez para os graúdos, aqueles que cresceram a ouvir “Eu sou o Avô Cantigas, todas as crianças são minhas amigas”.  E está prestes (faltam poucos dias) a ser avô de verdade.

Trinta e sete anos após o nascimento do Avô Cantigas, continua a ser cabeça de cartaz em espetáculos. Qual é o segredo, a fórmula do sucesso do Avô Cantigas?

É verdade, estive presente no Festival Catrapim (Festival de Artes para Crianças, Bussaco, Mealhada,29 e 30 junho) , um grande espetáculo com o melhor dos cenários: a natureza. O segredo, a fórmula do sucesso, acredito que estejam no facto de o Avô Cantigas ser sempre genuíno e, quando vem à baila o reportório de canções, procurar que elas sejam sempre muito participativas. A boa comunicação com a plateia é fundamental.

O seu avô materno tocava na banda filarmónica da Lousã, onde cresceu. Herdou dele o gosto pela música? 

Sim, poderei ter herdado do meu avô o gosto pela música. O Avô Cantigas foi criado par um programa de televisão (O Passeio Dos Alegres-RTP 1982). Quisemos (eu e o António Pinho) que ele fosse muito patusco e carinhoso e a verdade é que resultou bem: já lá vão 37 anos de carreira. Pensámos num avô porque, na família, é ele que transporta o maior volume de vivências, estando sempre pronto para acarinhar e aconselhar. A forma como criei o Avô Cantigas enquanto personagem foi teatral. Naquela altura tinha 27 anos e tive que vestir aquela pele; era pura representação. Hoje é um pouco diferente, o passar do tempo ajudou-me a encarar a personagem de forma mais natural. As crianças, elas próprias, vêem em mim um avô de verdade que lhes transmite amor e alegria.

Antes de o Avô Cantigas nascer do programa de televisão Passeio dos Alegres, com o Júlio Isidro, na RTP1, trabalhou com o Croquete e o Batatinha, certo? 

A experiência com o Croquete e Batatinha foi maravilhosa. Um programa que me ajudou muito a crescer enquanto ator. Foi também um grande sucesso na altura e isso terá ajudado o Avô Cantigas a desempenhar melhor o seu papel. Tenho boas saudades do quanto nos divertíamos nas gravações dos muitos episódios da série.

A sua primeira música de sucesso foi “Eu sou o Avô Cantigas, todas as crianças são minhas amigas”. Qual foi até hoje a maior prova de amizade que recebeu das crianças? 

Existem muitas provas de amizade por parte das crianças, mas os abraços bem apertados que estou sempre a receber não deixam margem para dúvidas. Uma vez, uma criança pediu aos seus pais se podia ir viver para a minha casa; depois disto, parece estar tudo dito.

Com o Fantasminha Brincalhão, tornou-se o disco da música portuguesa que mais vendeu nesse ano (2007). Foi um feito…

O Fantasminha Brincalhão foi, até agora, o meu maior sucesso comercial. Naquele tempo esteve mais de um ano no top de vendas, mantendo-se em primeiro lugar por quase dois meses. Foi espetacular. Nos dias de hoje também tudo corre bem com os meus vídeos na internet que, todos somados, já ultrapassam os 100 milhões de visualizações.

Durante 36 anos só gravou música para crianças. Mas o Carlos Alberto Vidal também gosta de outro tipo de música…

Gosto de toda a música. Presentemente, estou em vias de editar um disco em nome próprio (Carlos Vidal – Ao Entardecer) com uma mão cheia de canções que, desta vez, são dirigidas para os mais graúdos. É uma experiência que não fazia há 37 anos. Espero que seja uma boa surpresa e que gostem da minha veia mais romântica.

O Carlos Alberto Vidal considera-se um romântico. Até hoje, pode confidenciar-nos um dos momentos românticos da sua vida/carreira?

Sim. Sou um romântico. Já tive vários momentos românticos na vida, mas o nascimento dos meus filhos está no topo das preferências. O romantismo não se confina apenas ao amor entre um homem e uma mulher, mas o facto de estarmos apaixonados tem, seguramente, uma influência muito marcante na nossa vida. No fim de contas, é o amor que colocamos nas coisas e nas pessoas que determina o grau de romantismo na nossa vida.

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Avô Cantigas vai ser avô de verdade este mês

O Avô Cantigas ainda não é avô na vida real? Qual é na sua opinião, a importância de um avô nas crianças?

Vou ser avô de verdade em Junho de 2019. Outro grande momento romântico. Estou muito feliz e espero vir a estar à altura de todas as vivências que o nascimento de um neto vai trazer. Para as crianças, como alguém um dia disse, os avós são pessoas açucaradas.

A pretexto do Dia Mundial da Criança, quer partilhar uma boa e marcante recordação da sua infância?

Da minha infância, tenho muito boas recordações. Nasci na serra da Lousã e aquela natureza bela marcou-me profundamente. Lembro-me bem do quanto brincava, serra adentro, imaginando-me nas mais variadas aventuras enquanto cavalgava o meu, também, cavalo imaginário.

E ainda a pretexto do Dia da Crianças, quais são os Heróis do Avô Cantigas?

Como toda a gente, tenho os meus heróis; os de hoje e os da minha infância. Todos eles nos ajudam a projetar os nossos sonhos e por isso são sempre bem-vindos. Tenho heróis que vêm do cinema e livros de aventuras mas também tenho outros que nascem de conjunturas bem diferentes. Talvez correndo o risco de vos surpreender, porque se trata duma circunstância muito especial e porque também ele próprio não terá tido a intenção de se tornar um herói na forma mais convencional, nomeava apenas um que me tem marcado a vida de forma indelével: Jesus Cristo.

 

 

 

 

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