Quando há, alguns anos atrás, o realizador lhe propôs que fizesse um movimento, no qual não seriam visíveis as partes mais íntimas, Sharon respondeu sem hesitar: claro que sim. ” Eu não sabia que aquele momento iria mudar a minha vida”, diz, no seu discurso, ao receber o Prémio GQ Mulher do Ano.
Sharon dirige-se então à plateia, pedindo que lhe repitam os movimentos e juntem as pernas, inclinando-as ligeiramente. Preparados?, pergunta. “Set, go“. E aconteceu. Sharon Stone repetiu o mítico cruzar de pernas do Instinto Fatal. Já lá vão 27 anos. Sharon Stone tem agora 61. Mas, convenhamos, ninguém cruza as pernas como Sharon.
“Sentiram-se empoderados? Talvez não. É melhor repetir”, prossegue Sharon.
Não foi uma sessão de erotismo. Foi um pretexto para um discurso brilhante, sobre o respeito por qualquer forma de sexualidade, de uma mulher brilhante que – não esqueçamos – sobreviveu a um aneurisma e a sete anos de tratamentos.
“Cada um de vocês vai ter um momento como o meu. Um momento que vos vai mudar a vida. Podem saber que isso está a acontecer, ou não. Mas uma coisa é certa: vão ter um, se é que já não o tiveram. E as pessoas vão fazer-vos perguntas difíceis, se é que já não o fizeram. Por isso, o tempo de decidir quem são, é agora. O tempo de decidir o que fazer com os vossos lados mais ternurento, importante, bonito, aventureiro, apaixonado é agora. E o que vão fazer com eles? Digo-vos o que fiz com o meu momento. Respeitei-o”.
“Temos todo o direito de ser poderosas em qualquer forma de sexualidade que escolhamos e ninguém tem o poder de nos tirar isso”.
Bravo Sharon Stone.