Deixei de arranjar as mãos. E então? Estão cuidadas, não me esqueço do creme. Simplesmente esqueci o verniz. Anos de uso enfraqueceram a queratina e as minhas unhas tornaram-se mais quebradiças, mais desidratadas. E para quem está já a fazer a lista de vernizes e técnicas para me aconselhar, agradeço, mas tenho a dizer-vos que nesta longa carreira televisiva já terei experimentado o leque inteiro das possibilidades estéticas.
Não há milagres para as mãos que estão sempre a mexer em tachos, água e afazeres culinários. No meio da dificuldade, restou-me encontrar aqui a oportunidade, como diria Einstein. Sempre gostei de cachuchos, aqueles anéis grandes que enchem o olho. E os dedos. E tenho reparado nas mãos desta juventude que circula nos corredores da SIC. A Patanisca (elemento da produção Júlia) é só um exemplo. Digamos, uma inspiração.
Há dias, quando a vi com tantos anéis quanto os dedos, tomei a decisão e chamei a minha stylist. Tem a certeza, perguntou-me. Pela minha expressão, nem precisou de ouvir a resposta. Quando voltou a entrar pela camarim, já vinha de cachuchos e um arsenal de bijoutorias lindas da Pedra Dura. Não faltam anéis elegantes para compensar o que antes já foi manicura com vermelho ou rosa.
Deixei de arranjar as mãos. E então?