Piza de Sardinha, Cafetaria Museu de Marinha

Receitas da Pandemia: Piza de Sardinha

Estava tudo preparado para receber as ondas multiculturais de curiosos, turistas, além dos clientes do costume que, a partir de março, engordam as filas de acesso à Cafetaria do Museu de Marinha, uma espécie de joia escondida em Belém, onde o Mar e o Sol da esplanada inspiram sempre as conversas à mesa.

A equipa da Cafetaria, oleada pela experiência de anos anteriores, e a Loja, abastecida pelos fornecedores habituais, sempre criteriosamente selecionados pela transparência e honestidade do processo de fabrico. Ninguém esperava que a pandemia batesse à porta. E em março foram todos para casa, de onde chegaram a contactar os clientes mais assíduos, aqueles que eram já “prata da casa”, homens de idade e de jornal em punho, que tantas vezes fizeram desta espaçosa Cafetaria com certificado de excelência do Tripadvisor, o seu cantinho dos tempos livres.

Foi neste período que nasceu a Piza Gil Eanes, mais conhecida pela Piza de Sardinha que, hoje em dia, atrai os novos clientes e chega mesmo a ofuscar o hambúrguer (de salmão) Fernão de Magalhães na ementa.

“A vantagem das pausas, mesmo quando forçadas, é que nos dá tempo para pensar e fazer experiências. Quisemos pensar numa ementa leve, direcionada para o Verão, que também brincasse com as histórias do Museu de Marinha. Esta piza é uma reinvenção da muito portuguesa sardinha no pão, brincando com os sabores e com as especiarias, que vêm da fabulosa viagem das plantas”, conta-nos Inês Bettencourt da Câmara, uma das responsáveis da Cafetaria e Loja do Museu de Marinha.

Primeiro, os clientes estranharam. Depois… ” é uma piza que se estranha: pela sardinha e, também, pela maçã verde. Vencendo o preconceito, adoram invariavelmente. Mesmo quem não goste muito de sardinha, acaba por apreciar, porque o facto de usarmos sardinha em conserva puxa por um sabor quase fumado, complexo”.

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Hambúrguer Vasco da Gama

A Piza Gil Eanes, a honrar o primeiro que ousou dobrar o Bojador, é uma boa surpresa. Mas há mais. Inês aconselha-nos os hambúrgueres com ingredientes muito diferentes – compota de chouriço, os queijos regionais, como o da Ilha e o de Azeitão. “O de torricado de bacalhau é generoso e apetitoso.” E ainda há a versão vegetariana.

Nos bolos, “tenho que falar do nosso já clássico bolo de cenoura e gengibre que criámos quando abrimos, porque a cenoura europeia com o gengibre oriental. Durante a pausa, a nossa chef de cozinha Paula Janeiro criou as Caravelas de Fruta, com massa quebrada caseira e doces de fruta que juntam especiarias e ervas frescas. Temos de ameixa, morango, pera, maçã e frutos secos, por exemplo.”

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Caravelas de Fruta, Cafetaria Museu de Marinha

A responsável justifica a oferta fresca com a relação privilegiada com os fornecedores. Alguns deles, revela-nos, a passar por um mau bocado e sem conseguirem reerguer-se dos tempos difíceis de confinamento.

Mas Inês prefere agarrar-se à convicção de que “depois da tempestade vem a bonança”. E faz o convite para uma visita, em segurança, à Cafetaria, e à Loja do Museu de Marinha, premiada pelo Melhor Merchandising Cultural e pela aposta em produtos produzidos em pequena escala, por criadores nacionais, e inspirados nas maravilhosas histórias do Museu de Marinha e do nosso Portugal.

 

Receita Piza de Sardinha: qual é o segredo?
“A base de massa é feita com iogurte grego e farinha, juntando ervas frescas, sal e pimenta. Usamos uma conserva de sardinha com molho de tomate picante, porque puxa pelo sabor fumado e o calor da especiaria. A cebola e o pimento vermelho dão cor, sabor e textura. O nosso ingrediente secreto é a maçã verde cortada aos pedaços, contribuindo com o doce e o ácido para esta reinvenção da sardinha no pão, coberta com queijo mozarela”, revela Inês.

 

 

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