Crónica de Magda Fernandes, Mulher, Mãe, Advogada especializada em Direito da Família e Menores. Cronista, De Bem com a Vida.
Mãe por que te divorciaste? Quantas vezes o ouvimos? Má tentação a de contar a história aos filhos, colocando-nos num pedestal impoluto e destruindo o outro. Não o façam. Reservem para os vossos filhos a história do antes. A que os gerou. A tendência de diabolizar o outro e de nos vitimizarmos é grande, mas é uma tentação do demónio. Nada acrescenta à felicidade deles. Nada acrescenta à nossa também. Mantenham-nos presos no conto de fadas.
Mantenham-nos fora dos vossos conflitos. Mantenham-nos puros. Mantenham-nos assim, cristalizados no que foi futuro. Pais e mães, esta função – de pais e mães – é a que prevalece. Nenhuma outra é da conta deles. Não há pombos correios de leva e traz, nem gritos assistidos nem chamadas desligadas a meio de uma conversa de pai e filho. Os adultos não são eles e não são eles que servem de escudo protetor para as vossas angústias. Somos nós o escudo protetor. Isto a propósito do Dia Internacional da Família (15 Maio). Da próxima vez que vacilarem entre mandar recados pelos filhos, ou discutir na presença deles, ou manipular o amor que sentem pelo outro, lembrem-se: o que estão a fazer é destruir-lhes a ideia de amor e tirar-lhes o sentimento de pertença. O sentimento de família. É mesmo isso que querem?
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