Idosos conselhos para uso de internet com segurança

Carregar em links nos emails e WhatsApp pode ser perigoso? Sim.

Grandes empresas, alegadamente mais protegidas, estão a sofrer ataques cibernéticos. O que significa que idosos, entre as pessoas com menor literacia digital, correm perigo. No Portal da Queixa, as burlas online contabilizaram mais de 2.700 reclamações nos cinco primeiros meses do ano 2021, uma média de 20 queixas por dia. Uma outra comunicação, desta vez da DECO, chamou a atenção para as 965 queixas de vítimas de vendas forçadas de bens ou serviços nos primeiros oito meses de 2021, apenas no território da Madeira. Os principais lesados? Consumidores idosos, mais suscetíveis a burlas e fraudes. Na altura, o alerta vermelho levou o projeto SOS Consumidor à Madeira. Um projeto que existe em várias regiões do país e que tem por objetivo capacitar a população, sobretudo a mais idosa, para a adoção de comportamentos de segurança.
O phishing (tentativa de obter dados pessoais, emails) e as compras fraudulentas via redes sociais (compras que não foram pagas ou entregues) ainda acontecem com frequência. E os emails falsos também. Este ano, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) emitiu um alerta sobre o envio de mensagens falsas aos contribuintes, supostamente enviadas pela AT. O objetivo dos emails era convencer os destinatários a clicar em links e tinha como assunto: “Finanças – Divergência de ano 2020”. A EDP tem uma página na internet onde podemos conhecer “as últimas tentativas de fraude em nome da EDP”. 

Os perigos estão ao virar da esquina, com incidência nas redes sociais e, mais recentemente, via WhatsApp. Por isso, pedimos ao especialista em marketing digital Marco Gouveia algumas dicas para uma navegação mais segura na internet.

 

E-mails de phishing

Os e-mails de phishing são desenhados para parecerem confiáveis e realistas, no entanto, existem formas de os trabalhadores entenderem e descodificarem a sua veracidade e comunicarem-no aos responsáveis informáticos. São três os passos essenciais:

  • Verificar o remetente e o reconhecimento do domínio;
  • Verificar o contexto e os dados que são solicitados (passwords, números de conta bancária ou de segurança social devem ser mantidos privados);
  • Verificar a existência de links ou anexos.

Os links não são perigosos até serem clicados e é possível apenas passar o rato por cima da hiperligação para ver o URL completo, entendendo assim a confiabilidade do conteúdo. Os anexos podem conter malware que pode infetar o dispositivo onde é aberto e a rede que o aloja, daí ser necessário verificar sempre o nome e a extensão do arquivo em busca de algo suspeito.

 

Fazer atualizações frequentemente

A atualização de software e do sistema operativo garante que os dispositivos tem também as atualizações de segurança mais recentes. Esta medida de proteção deve ser considerada quando se configura um novo dispositivo ou sistema operativo, ao definir de imediato as configurações de privacidade.

 

Ter atenção às passwords

A utilização de passwords fortes previne que sejam detetadas por terceiros. Assim, é importante considerar o seu comprimento e a diversidade de caracteres – a escolha e fusão entre letras, números e símbolos especiais na definição da password podem ajudar a torná-la mais forte. Adicionalmente, estas palavras-chave não devem ser nunca salvas no navegador.

 

“Logout”, “Sair” ou equivalente

Depois de aceder ao e-mail, a uma loja online, perfil no Facebook, internet banking ou qualquer outro serviço que exige nome de utilizador e password, clique no botão Logout, Logoff, Sair, Desconectar ou equivalente para sair do site.

 

Cuidado com links no WhatsApp ou em redes sociais

Alguns malwares podem, mesmo que temporariamente, aproveitar que o utilizador está a utilizar serviços de mensagens instantâneas como WhatsApp, Telegram e Skype para emitir mensagens automáticas com links para vírus ou sites maliciosos durante uma conversa. Em situações desse tipo, é comum que a parte que recebeu a mensagem pense que a outra pessoa realmente a enviou e, assim, acabe clicando no link com a maior boa vontade.

Se receber um link que não estava à espera durante uma conversa, pergunte ao contato se, de facto, ele o enviou. Se a pessoa negar, não clique no link e avise-a.

 

Use verificação em duas etapas

Várias empresas, como Google, Apple e Microsoft, oferecem serviços de verificação em duas etapas (two-factor authentication). Desta forma, não terá acesso ao serviço, mesmo colocando a password corretamente se não fizer a dupla autenticação.

Em muitos serviços, o código é enviado por SMS. Mas o código também pode ser emitido por dispositivos do tipo token (como aqueles usados por bancos) ou aplicativos como Google Autenticador e Microsoft Authenticator. Estas ferramentas estão disponíveis para Android e iOS e são mais seguras que o SMS.

Não se esqueça:

– Nunca revelar números de cartões bancários

– Nunca fazer compras online sem procurar na internet pela fiabilidade do site (há reviews muito negativas? Há exemplos/notícias de burla?)

– Muita atenção ao tipo de site

– Optar sempre que possível por envio à cobrança para sites que tenhamos alguma dúvida

– Nunca clicar em links que nos chegam por mensagem ou email com fontes questionáveis

– Ignorar mensagens sobre “foi o vencedor / finalista /premiado” de x concurso”. Muitas vezes trata-se de algo em que não participámos e quando se é vencedor a abordagem tem que vir de uma fonte segura da marca.

-Relativamente aos pequenos negócios online de Facebook, Mbway, Olx, etc. comprar algo a alguém não certificado é sempre um risco maior.

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Marco Gouveia, especialista em Marketing Digital,  Search Engine & Social Media Optimization

 

 

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