O primeiro texto que aqui (julia.pt) escrevi sobre livros teve direito a cerca de 50 reações – e estou a ser generosa. A leitura sempre foi uma das minhas paixões. Mas o público em geral não associava Júlia Pinheiro a rato de biblioteca. Desconheciam igualmente a minha terapia culinária e aspiração a fada do lar “entre tachos e panelas”. Entre outras rotinas atrás das câmaras. Basicamente as rotinas de uma mulher comum, com as preocupações de mãe, acumuladas com as de esposa e avó.
O site “Júlia, de bem com a vida” nasceu há 6 anos. E há 6 anos que vos escrevo com frequência. Sobre as mulheres nos bastidores, atrás da maquilhagem, sobre portugueses pelo mundo, sobre os heróis do dia, sobre solidariedade em tempos de pandemia. E de guerra. E sobre livros. Seis anos depois, os livros são o “nosso” tema. Em contraciclo com os últimos dados (61% dos portugueses não leram um só livro no último ano), no blogue Júlia nunca se trocaram tantos dedos de conversa sobre policiais, romances, biografias. Tenho recomendado e aceitado recomendações. E só por isso, pelas viagens que temos feito juntos através do livros, este site já valia a pena.
Preferia celebrar a ocasião em tempos de Paz. Mas, não tendo o poder de travar o atual conflito, continuamos a fazer a nossa parte: com entrevistas, artigos e até imagens exclusivas locais da fronteira para a Ucrânia. Somos uma equipa pequena, mas temos chegado longe. Onde há um português, onde há uma boa história, onde há gente boa e boa gente, de bem com a vida, nós vamos até lá. E partilhamos consigo. Há 6 anos! Obrigada por continuar desse lado. Júlia, de bem com a vida só faz sentido consigo.