Guerra Ucrânia

Hoje é um dia trágico, por Ângelo Brighton

Ângelo Brighton tem sido o correspondente Júlia na Ucrânia. Foi “apanhado” pela guerra enquanto viajava pela Ucrânia. Alistou-se numa missão humanitária. Mas regressou entretanto a França, onde vive atualmente. Não conseguiu dormir a pensar nas pessoas que precisariam da sua ajuda. Voltou ao cenário de Guerra. Para fazer Paz. Aquela que estiver ao seu alcance. E escreve-nos:

“Chegar a Ucrânia não é difícil. Basta ter um passaporte, na verdade. Cheguei a partir da Polónia. A FlixBus tem uma ligação diária entre a Polónia e a Ucrânia desde Varsóvia até Kiev. Apanhei o autocarro em Varsóvia. A viagem durou cerca de cinco horas.

Estou alojado num albergue de juventude e ofereci-me para ajuda as autoridades de um bairro.

Hoje estive com uma família de Kharkov. São jovens. Não sei se chegam aos 30 anos. Têm dois filhos, um bebé (o Maksin – na foto) e um mais crescido. Têm vivido nos escombros da sua casa, que ficou destruída. Há 11 dias que vivem rodeados de pessoas mortas. Perderam tudo. Casa, trabalho. O estado deu-lhes 70€. Passaram a viver num prédio que foi destinado a pessoas desalojadas. Contaram-me a história em ucraniano, que me foi traduzido por uma tradutora.  E autorizaram-me a filmar.

Estou devastado. Sinto-me muito mal com a história desta família. Não consigo deixar de pensar neles e a minha missão é encontrar fundos para ajudá-los. Não querem sair de cá. É a terra deles. Explicam-me que não compreendem por que devem sair do país se é o país deles.

Hoje também tive a oportunidade de falar com um rapaz de 18 anos que vai para as forças armadas no Donbass. Um miúdo”.

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O rapaz de 18 anos que se vai juntar às forças armadas – Guerra na Ucrânia

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