“Sonhamos cantar no Coliseu. Podem convidar-nos que estamos prontas”

Apesar de toda a história de luta contra a discriminação, a desigualdade e o poder instalado, o punk sempre foi um meio em que o machismo tinha um lugar reservado, tanto em cima do palco como à sua frente. Estas jovens apareceram com o objetivo de revolucionar, combater e resistir. As Anarchicks são, neste momento, quatro: Marta Lefay, Katari (Catarina), Lola (Ana) e Synthetique (Helena), nomes de guerra escolhidos não para fazer a revolução mas para vincar uma espécie de dupla personalidade. Fora dos palcos, são uma veterinária, uma copywriter, uma psicóloga e uma bioquímica.

Como se gere uma dinâmica com quatro elementos com personalidades distintas?

Somos coesas, somos amigas e, ao mesmo tempo, cada uma tem o seu estilo. E é interessante, porque nos respeitamos mutuamente. Somos diferentes mas encaixamos bem umas nas outras. Temos as nossas ideossincrasias.

Têm novo álbum ainda fresquinho, We Claim the Right to Rebel and Resist. Que direitos gostariam de reclamar?

Nós queremos que as pessoas reclamem aquilo que é seu por direito, e esse acaba por ser um lema que é bastante transversal a todos os tipos de situações que podem surgir. Incentivar as pessoas a lutar por aquilo que querem, nos projetos que têm, nos sonhos que têm. Nós também estamos a lutar pelo fim do sexismo no mundo da música, pela misoginia que existe. Cada uma de nós também tem as suas causas individuais.

Esta amizade que vos une já vem de um passado longínquo?

A banda começou em 2011, com dois elementos que já se conheciam, depois procurámos guitarrista e fizemos um casting e encontrámos a Ana. Demos muitos concertos, andámos pelo país e depois, já com a Marta, que veio substituir a vocalista anterior, passámos a viajar bastante e a dar mais concertos. Este novo álbum foi feito com temas nossos, das quatro. Não temos um passado como amigas, mas teremos, com certeza, um futuro… logo se verá.

Como tem sido a reação do público? Em que palco sonham um dia atuar?

O feedback está a acontecer ainda e esperamos que nos transporte para outros palcos. O palco que sonhamos pisar é, sem dúvida, o Coliseu. Podem convidar-nos que estamos prontas.

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