Quando fotografámos Lenine Cunha para esta edição com os “meus heróis”, ele estava de partida para os Paralímpicos Rio 2016.
Não o questionámos por expectativas e resultados. Imaginámos que teria como ambição repetir a proeza alcançada em Londres (medalha de bronze). Mas a conversa foi centrada na coragem e determinação daquele a quem os media chamam de ‘Ronaldo do desporto adaptado’.
Cento e oitenta e três medalhas internacionais fazem de Lenine Cunha o atleta mais medalhado do mundo. E, na verdade, Lenine parece programado para vencer… desde os quatro anos, altura em que uma meningite lhe deixou sequelas na memória, na fala, em parte da audição e da visão. Chegou a deixar de andar. Mas nunca chegou a desistir.
Nem mesmo quando, há cerca de um ano, perdeu a mãe, “a minha melhor amiga e a minha maior fã. Foram tempos difíceis, mas, passados cinco meses, parece que renasci das cinzas e ganhei esta medalha por ela”, conta Lenine, segurando a medalha de ouro conquistada em outubro de 2015 nos Mundiais de Atletismo Paralímpico, no Qatar.
Foi após esta prova que nasceu a ideia do Sport Clube Lenine Cunha, um projeto de formação que procura alimentar o sonho de jovens paralímpicos que treinam com bolsas muito modestas e com poucos apoios, como sempre foi o seu caso. O atleta paralímpico (deficiência intelectual) conta com 26 anos de competição e continua a fazer aquilo que melhor sabe: dar o melhor de si.