Chá? Manta? Falta-lhe o livro.
Júlia – De Bem com a Vida partilha sugestões de livros que pode ler em novembro.
António Ferro – Um Homem por Amar , de Rita Ferro; Manual de Cardiologia , de Fernando Pinto do Amaral; Quando Ela Era Boa , de Philip Roth; Um Otimista na América , de Italo Calvino e Polícia , de Jo Nesbo, são as escolhas que temos para si.
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Rita Ferro nasce um ano depois de António Ferro morrer. Todavia, a imagem que lhe sobrevém quando o evoca, gerada por tudo o que foi ouvindo e conjecturando ao longo de décadas, dentro e fora da família, bastaria para que alguém na sua circunstância – neta, romancista e utilizadora privilegiada do espólio familiar – se sentisse mais do que tentada a concorrer com a sua própria ideia do Avô, acrescentando outro frescor e outra profundidade às versões com que a academia, a edição e a imprensa, aplicadamente, o vêm reduzindo, perdendo de vista o que poderia conferir-lhes outro equilíbrio: a perspectiva do seu lado mais íntimo e humano. Bem-humorado, carinhoso, imprevisível e indiscreto – mas nunca inocente – este livro, cujos anacronismos são deliberados, e que continua o que Retrato de Uma Família já começara, é uma recriação pessoalíssima composta de uma série de frescos baseados em factos verídicos, com uma abordagem totalmente inesperada, oferecendo ainda, no final, um lote de correspondência inédita. Nas livrarias a 15 de Novembro
Depois de anos de silêncio, Fernando Pinto do Amaral volta a publicar um novo livro de Poesia, com o qual desce aos abismos do coração humano, em poemas de enorme carga emocional, que nos oferecem uma intensa visão da experiência amorosa. Nas livrarias a 8 de Novembro
Há um assassino à solta nas ruas de Oslo. Mas não é um assassino qualquer. É um criminoso que seleciona cuidadosamente as suas vítimas: polícias envolvidos em anteriores investigações de crimes que nunca foram solucionados. A Brigada Anticrime precisa urgentemente de Harry Hole, mas será que o carismático inspector sobreviveu aos dramáticos acontecimentos de O Fantasma? O décimo livro da série Harry Hole tem uma vez mais um enredo impressionante em que, à semelhança dos tempos que correm, não faltam o horror e a esperança. Nas livrarias a 8 de Novembro
Entre novembro de 1959 e maio de 1960 Italo Calvino fez a sua primeira longa viagem aos Estados Unidos, uma viagem que por várias razões se pode definir como «iniciática». Esteve sobretudo em Nova Iorque, a cidade que ele mais amou, a cidade que o absorveu «como uma planta carnívora absorve uma mosca». Visitou numerosos estados e centros urbanos – Cleveland, Detroit, Chicago («a verdadeira cidade americana, produtiva, material, brutal»), São Francisco, Los Angeles, Montgomery, Nova Orleães, Savannah («a mais bela cidade dos Estados Unidos»), Houston, tendo encontros com escritores, editores e agentes literários, mas também com homens de negócios, sindicalistas e ativistas pelos direitos civis (o primeiro dos quais foi Martin Luther King) e gente comum. Ao tornar a Itália, deu forma acabada aos apontamentos de diário e à correspondência pública e privada daquela viagem que tanto o surpreendeu e enriqueceu a sua formação. Tinha a intenção de fazer um livro «como As Viagens de Gulliver. Aventuras, e sobretudo desventuras, certamente não me faltaram». Livro inédito em Portugal. Nas livrarias a 8 de Novembro
Quando era pequena, Lucy Nelson viu o pai, falhado e alcoólico, ir para a prisão. Desde então, tenta regenerar os homens que a rodeiam, mesmo que isso signifique, em última análise, a sua própria destruição. Com os retratos certeiros que traça de Lucy Nelson e de Roy, seu marido infeliz e infantil, Roth criou uma obra implacável de realismo ficcional, uma visão simultaneamente impiedosa e compreensiva de uma certa América provinciana, com a sua religiosidade, a sua nostalgia e o seu desencanto. Neste romance fascinante, divertido, arrepiante, o cenário é uma cidadezinha do Centro Oeste americano, o tema, o coração de uma mulher jovem, ferida e ferozmente moralista. Nas livrarias a 8 de Novembro
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