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Menos casamentos, menos filhos, mais idosos… E menos Facebook?

Novo ano, novos hábitos, novos consumidores. Há novidades a irromper em 2017 nas mais variadas áreas.

E a equipa Júlia − De Bem com a Vida foi pesquisar as tendências que estão prestes a bater-nos à porta. Está preparado para as mudanças?

Por cada 100 casamentos, há 70 divórcios, o que faz com que estejamos na infeliz liderança do ranking europeu. Os dados constam no Retrato de Portugal publicado em outubro pela Pordata, a base de dados desenvolvida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Em declarações à imprensa, a diretora da Pordata, Maria João Valente Rosa, considera expectável que o número de divórcios venha a diminuir nos próximos anos, mas apenas porque também o número de casamentos tem descido, apesar de a idade média do primeiro casamento ter vindo a aumentar, situando-se já nos 32,5 anos entre os homens e nos 30 anos nas mulheres. A explicação para a elevada taxa de divórcio poderá estar, de acordo com a demógrafa, nas mudanças bruscas que a sociedade portuguesa viveu nas últimas décadas. “Algumas instituições, como o casamento, ressentiram-se dessa rápida evolução”, referiu a responsável.

De resto, as tendências demográficas e sociais para 2017 seguem os dados dos últimos anos: na natalidade, também lideramos pela negativa na Europa, com o menor índice de nascimentos − 1,23 filhos por mulher em idade fértil, em comparação com os 1,58 da média europeia. Já o número de idosos por cada 100 jovens deverá continuar a aumentar; o analfabetismo deverá decrescer, enquanto o número de pessoas com grau de ensino superior vai aumentando; cada vez mais pessoas vivem sozinhas, inclusive as que têm mais de 65 anos; a emigração duplicou desde 2009, mas em 2013 já começou a decrescer; a presença de imigrantes com visto de permanência também atingiu um pico em 2009, mas começou entretanto igualmente a diminuir, sendo a maioria destas pessoas de origem europeia e já não africana. Uma boa notícia é que a esperança de vida dos portugueses deverá continuar a aumentar, seguindo a tendência das últimas décadas: em 1970, era de 67,1 anos e, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, em 2014 atingia os 80,4 anos.

E as redes sociais?


Numa altura em que a sociedade em que vivemos é marcada pela presença constante nas diversas redes sociais, 2017 pode muito bem trazer um ponto de viragem: a ciência já comprovou que esta nova forma de estar nos torna mais depressivos e com menos capacidade de concentração, e até que a utilização do Facebook tem um efeito semelhante ao da cocaína no nosso cérebro. Mas talvez já tenhamos alcançado o pico de uso das redes sociais: um estudo britânico divulgado no verão de 2016 pela Similarweb avaliou os hábitos dos utilizadores de aplicações Android em nove países e concluiu que a popularidade de quatro das redes sociais mais utilizadas – Facebook, Instagram, Snapchat e Twitter − já começou a decrescer. Um representante da empresa, Pavel Tuchinsky, explicou ao Daily Mail  que “as pessoas estão a gastar menos tempo nas aplicações de redes sociais”.

Com a maior consciência dos efeitos do uso excessivo das redes sociais, já bem comprovados pela ciência, será o regresso ao mundo real uma nova tendência para 2017? Duas das figuras de proa das redes sociais, Kim Kardashian e a sua irmã Kendall Jenner, chocaram o mundo ao abandonarem o Instagram, não se sabe se definitivamente – uma porque foi assaltada no quarto de um hotel e a outra simplesmente porque queria voltar a dar atenção ao mundo real.

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