Nuno Lobo Antunes

Neuropediatra. Professor. Fundador do PIN, Centro para as Perturbações do Desenvolvimento. Autor de livros como o romance Em Nome do Pai. E pai de família, um dos seus maiores orgulhos. É impossível abordar tantas experiências, histórias e facetas numa única entrevista. Mas eu tentei!

Nasceu numa família enraizada na medicina: o pai, João Alfredo Lobo Antunes, era professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, e os cinco irmãos, todos eles construíram carreiras notáveis − João Lobo Antunes, neurocirurgião, morreu em outubro do ano passado com 72 anos e foi, apropriando-me das palavras do ex-bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, “um dos grandes príncipes da medicina portuguesa”.

Aos 40 anos, Nuno Lobo Antunes já tinha tudo aquilo que um médico da sua idade poderia desejar. Na altura, coordenava a Unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria, mas decidiu partir para Nova Iorque. Nos Estados Unidos, trabalhou em hospitais como o Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases e o Presbyterian Hospital e lecionou Neurologia e Pediatria na Universidade de Cornell. E só voltou porque se apaixonou. A história já a partilhou com a imprensa: “Ia muitas vezes a um cafezinho de um italiano muito engraçado, que passava a vida a ler o jornal e se estava nas tintas para os clientes. Um dia, fui lá e disse-lhe que me ia embora para Portugal. Ele perguntou porquê, e eu disse: por causa de uma mulher. Ao que ele respondeu: ‘I see, she made you an offer you couldn’t refuse…’ [‘Estou a ver, ela fez-lhe uma proposta irrecusável…’] E foi isso.”

Nuno Lobo Antunes é casado com Felipa Garnel, com quem teve Rosa e Ana. É ainda pai de Duarte, o filho mais velho, de outro casamento.

Foi diretor clínico do CADIn e fundou o PIN, um centro para as perturbações do desenvolvimento. As suas experiências clínicas são partilhadas no seu livro Sinto Muito (2009). Seguiram-se Mal Entendidos (2009) e Vida em Mim (2011). E o primeiro romance, Em Nome do Pai (2013), livro que parte da figura de José, pai de Jesus, para falar de amor e ciúme. É um livro que, segundo o neuropediatra, acaba por continuar a busca das anteriores obras do autor: a procura de um sentido para a vida.

Um ano depois, nasceu Mais Forte do que Eu!, um guia para pais e professores que escreveu com Ana Rodrigues, especialista em Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), e que pretende esclarecer quais as causas, consequências e soluções para meninos como o Vasco: “Sou o Vasco. Tenho 7 anos. Gosto de jogar à bola. Gosto da minha família. Muitas vezes fico de castigo, porque me porto mal. Na escola, tudo leva muito tempo. É difícil ficar quieto. Queria não fazer tantas asneiras. Mas não é fácil. Eu queria, juro. Mas a minha cabeça anda sempre a mil à hora e o meu corpo vai atrás.” [texto da contracapa].

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