Hoje celebra-se o Dia Mundial dos Avós.
“O amor é muito forte e traz muita energia. Dou o conselho a todos os avós que todo o tempo que tiverem, que o dediquem aos netos, porque é o melhor que nós temos no mundo hoje”.
Maria tem 72 anos é uma Super Avó. E o que é uma Super Avó? Tudo começou quando nasceu a neta mais velha – os pais trabalhavam longe, vinham vários fins de semana à terra onde Maria vive, uma pequena aldeia no norte, e nessas alturas já ajudava a cuidar da pequenota.
Entretanto, os pais mudaram-se para mais perto da aldeia onde Maria morava – e trabalhava. Começou a ficar com a neta mais velha, a Rita, quando ela chegava do infantário e os pais ainda não tinham voltado do trabalho.
Viúva desde muito cedo, sempre foi uma senhora ativa, com uma desenvoltura muito característica. Entretanto, nasceu a sua neta mais nova, a Ana, hoje com quatro anos de idade e 10 anos de diferença da Rita.
“Agora estou reformada, tenho mais tempo livre e estou mais disponível”, explica Maria. Afinal, foi essa disponibilidade que levou a que cuidasse não só das suas netas, mas também de outras crianças não propriamente ligadas à sua família mais próxima. “Sempre gostei muito de crianças, ainda hoje adoro crianças”, diz-me, em jeito de explicação. E as recompensas não são materiais. “Ajudei a cuidar de uma menina na minha vizinhança, por exemplo, que gostava tanto de mim que até começou a chamar-me avó”, ri-se, com uma voz amena, agradecida.
O dia a dia com as meninas é muito rotineiro – elas vão para a escola e quando voltam das aulas e do infantário ficam com a avó até os pais chegarem do trabalho. Mas a Rita tem atividades extracurriculares que necessitam que viaje pelo país, e até pelo estrangeiro. Aí, Maria, uma vez mais, disponibiliza-se – é uma avó sem fronteiras.
Sempre em movimento
“Conheci muitos sítios, adorei”, conta. “Fui a Espanha e estive uma semana com ela em Itália. Adorei estar lá! E quando for necessário acompanhar a minha neta acompanho-a todas as vezes que for preciso”, diz, com uma energia invulgar. Maria, apesar de reformada, sempre ajudou a trabalhar também na terra, em plantações e quintas da sua aldeia. Além de ajudar a criar as crianças.
“Conheci muita gente, é verdade. Entendê-los é que não, porque só tenho a quarta classe”, ri-se, bem-disposta.
Quanto a dificuldades, desafios, Maria encolhe os ombros. “Não vejo dificuldade nenhuma. Eu gosto tanto delas, e elas gostam tanto de estar comigo, que não encontro nenhuma dificuldade que lhe possa explicar.”
No entanto, Maria dá graças pelo facto de viver numa comunidade pequena e num meio rural. “Se eu, por qualquer motivo, tiver de ir tratar de algum assunto, os vizinhos ajudam a cuidar das crianças enquanto me ausento.” Se entrar em comparação com o meio urbano, admite que provavelmente as coisas não seriam assim.
“Mas tenho de ser muito sincera,” atenta. “Tenho 72 anos de idade, vivi noutra época. As coisas a que estou habituada e com que nasci estão muito diferentes, há uma grande alteração nos valores familiares.”
Como assim? “Talvez… as pessoas não se dediquem tanto umas às outras como nós nos dedicámos, não com tanto amor.”
Maria diz, afinal, que é muito fácil ser uma Super Avó. A energia vem de algo que há em todos nós. “A energia vem do amor.”
“O amor é muito forte e traz muita energia. Dou o conselho a todos os avós que todo o tempo que tiverem, que o dediquem aos netos, porque é o melhor que nós temos no mundo hoje,” diz carinhosamente.