Só segui Direito porque era o ‘menino que fala e escreve bem

“Só segui Direito porque era o ‘menino que fala e escreve bem’”

Francisco ‘Kasha’ Pereira esteve dividido entre a música e o Direito, mas a paixão pelas canções falou mais alto. Foi com a banda D.A.M.A que sentiu ter encontrado o seu lugar e pôde fazer aquilo que realmente gosta.

Quando eu era pequenino…
Em pequeninos, sonhamos muito, o problema é que a maioria das pessoas, quando cresce, parece que tem medo de sonhar. Tive a sorte de os meus dois melhores amigos gostarem de sonhar acordados, como eu.

Descobri a minha vocação…
Não acredito que tenha sido eu a descobrir nada. Foi mais a minha vocação que me encontrou. Escrevo poemas desde sempre. Eu e o Miguel Coimbra começámos a banda com 15 anos e desde essa altura faço poemas com linhas melódicas.

Mas foi depois de cursar Direito e estagiar num escritório de advogados que percebi que aquilo não era para mim. Fiz uma análise interior para perceber do que realmente gostava e me dava prazer fazer, e aí decidimos arriscar. A nossa única missão foi preocuparmo-nos em fazer o que gostamos e, felizmente, houve pessoas que gostaram das coisas que nós gostamos de fazer!

A minha vocação é… ouvir um instrumental e pôr por palavras e melodias o que ele me transmite.

Nunca me passou pela cabeça que… os D.A.M.A e o escrever canções fossem mais que um hobby. Assim que mudei o chip e decidimos dedicar-nos durante seis meses a fazer canções para apresentarmos na nossa agência, tudo mudou. Realmente senti que estava no sítio certo e tudo se encaixou.

Na vida… Ou resignas-te e vives uma vida do ‘tem de ser’, ou então pegas nas rédeas e dás tu um rumo à tua vida. Eu estava numa profissão que não tem nada que ver com o meu espírito. Só segui Direito porque era o “menino que fala e escreve bem”. Como todo o sistema de ensino parece estar focalizado apenas para quatro ou cinco profissões ou áreas profissionais, muitas pessoas nem sequer se atrevem a tentar seguir aquilo que realmente querem. E a verdade é esta: alguém que faça o que gosta e esteja motivado nunca se queixará das segundas-feiras.

Do que mais gosto naquilo que faço…
No geral, adoro tudo o que faço. Mas estar em palco ou em estúdio, com duas pessoas que consideras como irmãos, a tentar levar a nossa música a toda a gente é, de facto, aquilo que me faz levantar da cama. E tudo culmina quando, em palco, fechamos os olhos e temos dezenas de milhares de pessoas a cantarem aquilo que criamos os três num estúdio, numa cozinha ou num quarto de hotel.

Um dos momentos mais felizes da minha vida profissional…
É muito difícil selecionar só um, pois nos últimos três anos foram mais de 300 concertos, dois discos e muitas vivências. Tenho a sorte de ter uma vida profissional e pessoal feliz. Os momentos são para se viver. Recordá-los é bom, mas eu prefiro trabalhar para os viver outra vez.

Diria a um adolescente que ainda não encontrou a sua vocação… para ele a procurar! Há tanta gente talentosa e frustrada porque não acredita em si e acha que as coisas boas só acontecem aos outros…

Diria que ele é dono e senhor da sua vida e que ninguém vai fazer nada por ele. Nada cai do céu e as coisas não se vivem a sonhar, vivem-se a viver. Por isso, o meu conselho é este: sê feliz por ti, porque a maior causa da tua infelicidade também és tu que a causas!

Uma coisa a mudar…
O conceito de ‘trabalho’ só está associado a algo menos bom porque há muita gente que não gosta daquilo que faz. Foi para contrariar tudo isto que este ano criamos a Bolsa de Talentos D.A.M.A, sob a premissa “Nós tivemos quem acreditasse em nós, agora somos nós que vamos acreditar em ti!” Criámos um fundo para onde irá reverter parte das receitas da banda, com o objetivo de ajudar qualquer um a concretizar o seu sonho. Este projeto não tem qualquer restrição de idade ou área de atuação.

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