O episódio tem corrido mundo. Há quatro dias, aqui, em Roma, onde me encontro de visita ao Vaticano, o Papa abraçou uma criança que a ele se dirigiu com uma pergunta, meio atropelada pelas lágrimas. Emanuele, de oito anos, não foi capaz de colocar a sua questão ao microfone. Mas o Papa Francisco pediu-lhe que a segredasse ao ouvido.
https://www.youtube.com/watch?v=7HNM9dRXYKs
A criança, que tinha perdido o seu pai recentemente, queria saber se, pelo facto de ele ser ateu, estaria no céu. Após um abraço e uma conversa demorada, o Papa pediu permissão a Emanuele para partilhar com os fiéis a sua pergunta.
“Emanuele quer saber se o seu pai – que era ateu, mas batizou os quatro filhos – está no céu.”
“O belo testemunho do filho que herdou a força do pai e chorou diante de todos nós”, disse o Papa Francisco, dirigindo-se de seguida aos fiéis: “Deus abandona os filhos quando são bons?”. Ouviu-se então um sonoro “não”.
“Emanuele, esta é a resposta.”
O Papa Francisco explicou a Emanuele que Deus estava orgulhoso do seu pai, precisamente porque é mais difícil batizar os filhos quando não se é crente.
“Deus não abandona os seus filhos”, disse o Papa Francisco, no bairro de Corviale, Roma. Comovente.