Proibido usar telemóveis nas escolas

Proibido usar telemóvel nas escolas: Lei aprovada em França

A partir de setembro, será proibida a utilização de telemóveis e smartphones nas escolas de França.

A promessa foi feita há cerca de seis meses pelo Ministro da Educação:  Jean Michel Blanquer avisou que os alunos entre os 6 e os 15 anos, das escolas básicas, primárias e secundários, seriam impedidos de consultar os seus smartphones durante os intervalos das aulas.

A Assembleia Nacional que aprovou, há dias, este projeto lei, considera que se trata de uma medida de desintoxicação. Os apoiantes da lei defendem que esta medida reduz as distrações na sala de aula e permite aos alunos desconectarem-se do mundo digital, nas suas pausas para recreio ou almoço.

A lei surge na sequência de estudos que mostram, por exemplo, os efeitos prejudiciais para as crianças, menores de sete anos, expostas a estes ecrãs repetidamente. Jean Michel Blanquer evoca “um problema de saúde pública”.

Combate ao cyberbullying

Mas há ainda outra razão: o combate ao cyberbullying. O ministro da Educação Nacional lembrou que as crianças vítimas de bullying na escola também são um alvo dos seus colegas, nas redes sociais. “É importante que os laptops deixem de invadir as vidas dos nossos adolescentes quando estes têm que estudar ou apenas estar no recreio, uns com os outros”, declarou em março de 2018.

Num artigo publicado no site Psych Central, considerado uma dos sites mais reconhecidos na área da saúde psicológica, há uma médica, do Boston Medical Center, que tem uma análise pertinente:  Jenny está preocupada com a falta de interação entre pais e filhos, provocada pela interferência dos smartphones e dos dispositivos portáteis.

Dizia ela neste site que “elas (as crianças)  aprendem a falar, a ler as expressões faciais de outras pessoas. E se isso não acontecer, as crianças estão a perder importantes marcos de desenvolvimento ”.

Quem está contra?

A decisão já está votada. O que não significa que seja consensual. Os republicanos (centro-direita) votaram contra. Há quem entenda que o telemóvel é útil para o ensino e em situações de emergência.

“É uma propaganda puramente mediática” e “anedótica”, denunciou ao jornal francês Le Monde, Claire Krepper, professora e secretária nacional do sindicato SE-UNSA.

Mas o Ministro da Educação já tem a solução: o telemóvel fica nos cacifos antes de nos encontrarmos na escola.

A partir de setembro, crianças e professores não podem utilizar aparelhos eletrónicos nas escolas e nas universidades francesas.

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