Há mais de duas dezenas de feridos, casas e carros destruídos, famílias desalojadas. Os últimos dias têm sido um desespero em Monchique.
Foto: A voz do Algarve
Infelizmente, não é a primeira vez. Nesta altura do ano, com a subida da temperatura, a serra de Monchique revela-se um elo fraco. Em 2016, o fogo de Monchique avançou para Portimão e, recordemos, os telejornais abriram os noticiários com notícias como: “O céu do Algarve iluminado pelo fogo em Monchique”.
Em 2015, o maior incêndio florestal desse ano, no Algarve, aconteceu em Outubro, em Monchique: arderam 203 hectares e teve um custo de 450 mil euros.
O incêndio de 2003 em Monchique é considerado dos mais mortíferos na história de Portugal. Mas um idoso avançava ao Expresso, há umas horas atrás, enquanto se preparava para voluntariamente abandonar a sua casa: “este incêndio é pior do que o de 2003”.
O cenário repete-se e a pergunta impõe-se: porquê?
Numa análise aos incêndios, na SIC Notícias, Miguel Sousa Tavares revela não compreender como é que as chamas progrediram em Monchique durante quatro dias, com vento fraco. E com 1200 homens no terreno, 16 aviões, 300 carros.
Os “incêndios não são atacados fortemente no início, e os reacendimentos repetem-se sempre”.
É uma falha/crítica no combate ao incêndio, pergunta o jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho. Miguel Sousa Tavares deixa a pergunta para os líderes das operações no terreno. E recorda que a serra de Monchique deixou de ser a serra que o próprio conheceu em tempos, com riachos e passarinhos, para ser uma zona de eucaliptos. “Setenta e três por cento do concelho está ocupado por eucaliptos”, alerta.
Miguel Sousa Tavares aproveitou ainda para citar Rui André, Presidente da Câmara de Monchique:
“A gestão é planeada e ordenada, de forma a que haja meios de defesa em casos de incêndio.”
As declarações foram proferidas há 3 meses, ao Jornal Público.
As perguntas surgem em várias frentes. Onde estão as respostas?
O vídeo aqui: https://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2018-08-06-73-do-concelho-de-Monchique-esta-ocupado-por-eucaliptos