“Seria muito melhor se as pessoas criassem ovelhas, em vez de tentarem ser um bom funcionário ou de obterem likes no Facebook”.

Contar Ovelhas – Diário de um Pastor Sueco, é um livro de Axel Lindén, o escritor e professor universitário de literatura que se cansou do rebuliço da cidade e levou a família para o campo. Este livro é um diário da sua nova vida, simples, humilde, dedicada à aprendizagem do mundo das ovelhas e preocupada com a sustentabilidade. Acaba de ser lançado pela Quercus. 
(disponível em inglês, via amazon).

Axel Lindén, escritor, professor de literatura. Ou, simplesmente, pastor de ovelhas. Em 2010, Axel, 46 anos, tomou a decisão de abandonar o consumismo da cidade, deixou a vida de professor e partiu com a sua mulher e os três filhos para uma quinta no campo.

Nesta quinta de família,  Axel comprou 12 ovelhas e 16 cordeiros. A mulher, menos apreciadora de animais, preferia gatos. Mas Axel manteve a compra e dedicou-se a uma economia sustentável de pequena escala. Ou seja, a família passou a comer o que produzia, sendo que a esposa do “pastor filósofo”, como se tornou conhecido, dedica-se até hoje ao cultivo de legumes e vegetais.

Axel fala da sensação de estar em contacto com o mundo natural e da empatia que criou com as suas ovelhas: “Tornamo-nos parte delas, e elas de nós”. Pode parecer ridículo, avança Axel ao jornal britânico The Guardian, “mas isto tem me dado uma paz interior”.

O agora pastor garante que já não é a mesma pessoa. É alguém que, embora continue a ler Proust, regressou às coisas mais simples da vida.

A família Lindén tem um café onde vende pele de ovelha, corta a sua própria madeira e colabora na produção da sua própria eletricidade.

De vez em quando há um amigo que lhe pergunta se não sente falta da universidade e das conversas sobre literatura. Axel responde: “Eu tenho as ovelhas.” E acrescenta que “ter um relacionamento com ovelhas pode ser tão complexo quanto ler Proust. Eu não acho, eu sei disso”.

Axel costuma receber visitas, como refere o jornal The Guardian, mas depressa perde a esperança de ter futuros vizinhos ou habitantes do campo. São apenas curiosos que acabam por regressar à azáfama da cidade.

“Eu acho que as pessoas correm atrás das coisas erradas”, defende. “Seria muito melhor se as pessoas tivessem algumas ovelhas por sua conta, em vez de tentar ser um bom funcionário ou de obter likes no Facebook”.

 

"Seria muito melhor se as pessoas criassem ovelhas, em vez de tentarem ser um bom funcionário ou de obterem likes no Facebook". livro

Contar Ovelhas

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