“Revolução digital para o diálogo e para a paz”, Marcelo Rebelo de Sousa

A Web Summit, aquela que é considerada a maior conferência de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa, terminou ontem em Lisboa, onde reuniu durante três dias mais de 70 mil participantes, oriundos de mais de 150 países; mais de 20.000 empresas, mais de 1.000 ‘startups’ e mais de 2.500 jornalistas internacionais.

Nesta autêntica revolução digital que varreu a cidade – a revolução digital que Marcelo Rebelo de Sousa canalizava, no discurso de encerramento da conferência, para o diálogo e para a paz – destacam-se entre as centenas de palestras e palestrantes, vários projetos, ideias e histórias… extraordinárias.

 

Uma delas foi contada por Alan Schaaf, o fundador da comunidade de partilha de imagens Imgur, que subiu ao palco para falar sobre a internet e a felicidade. Alan acredita que o seu projeto está no bom caminho e conta o caso de uma jovem de 25 anos, Missfilipina, que publicou nas redes sociais a iniciativa que estava a desenvolver para alimentar a sua aldeia, nas Filipinas. A plataforma Imgur tomou conhecimento desta história e propôs-se a divulgar a ação de solidariedade. Segundo a Missfilipina, bastariam dez a doze dólares para alimentar a aldeia. Mas em apenas 24 horas, foi possível reunir um valor capaz de alimentar a aldeia inteira durante oito meses.

A outra história leva-nos à Índia. Regra geral, as mulheres ficam angustiadas com a chegada da menstruação. Mas na Índia, muitas mulheres esperam por esse dia. Três dias de período são três dias sem trabalho para as trabalhadoras sexuais da Índia. “Trabalho todos os dias, mesmo quando estou constipada ou com febre. Os três dias de menstruação são os meus únicos dias de descanso”, diz uma mulher no vídeo “Project Free Period”, um projecto criado pela marca de produtos de higiene feminina (mais precisamente pensos higiénicos), Stayfree, para fornecer a estas mulheres alternativas de subsistência, de forma a resgatá-las do comércio.

A Stayfree promove a organização de oficinas de talentos. Nestas oficinas, que acontecem quando as trabalhadoras do sexo estão com o período menstrual, as mulheres aprendem desde serviços de beleza ao fabrico de sabonetes e velas.

Graças a este projeto, três dias de menstruação equivalem agora a três dias de aprendizagem. Para 204 mulheres que, desta forma, querem garantir um melhor futuro para os seus filhos.

 

 

 

 

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