“Não podemos assumir que todos entendem meias palavras”, Carla Rocha

Uma super mulher, com ar de menina.

Conhecida sobretudo pelos programas de rádio, Carla Rocha voou mais alto e mais longe, e aprendeu em palcos internacionais tudo o que há para saber sobre comunicação. Partilha o que aprendeu através dos livros e da sua Academia Fale Menos, comunique Mais, treinando pessoas para comunicarem de forma autêntica e completa. Concilia as formações, a escrita de livros, as locuções, a família e, claro, o trabalho na rádio Renascença, onde, a partir de dia 4 de fevereiro, passa a ter a companhia de Ana Galvão e Joana Marques. Uma mulher serenamente imparável.

Fale menos, comunique mais» é o nome do seu livro, e da Academia em que dá formação em comunicação. Quais são os maiores/ mais frequentes erros que nos impedem de comunicar melhor?

Falamos demais, Esse é, regra geral, o principal problema. Hoje em dia já não conseguimos prestar atenção durante muito tempo, todo o ruído à nossa volta deixa-nos menos “pacientes” para grandes discursos.

O segredo é ser direto, objetivo e “mostrar” mais aquilo que queremos dizer com histórias ou exemplos muito “visuais”.

A sua academia é dirigida a empresas, mas não só. As pessoas só a procuram para comunicar a nível profissional, ou têm a noção da importância de bem comunicar também na vida pessoal?

Temos tido algumas pessoas ao longo destes três anos que nos procuram porque sentem que, na vida pessoal, têm ajustes a fazer. Sentem que há mal entendidos, precisam de gerir conflitos. Eu pessoalmente, não concordo com a separação. Acredito que as competências e técnicas que se adquirem afetam positivamente as varias áreas da nossa vida. Quem comunica bem na empresa, por norma, deveria comunicar bem em casa.

Que truques de comunicação utiliza lá em casa para lidar com os filhos e o marido, que possa facilitar a vida de quem não tem o seu know how?   

A maior parte dos truques são do senso comum: não reagir de imediato, se algo me irritar; pensar antes de falar; levar histórias para a mesa do jantar que captem a atenção e mostrem temas relevantes que quero abordar com eles; deixar muito claro quem faz o quê. Não assumir que todos entenderam meias palavras.

Sendo uma jovem algarvia, sem raízes na rádio ou na comunicação, como é que se encantou pela comunicação?

Foi por acaso. Um dia fui a uma rádio de Albufeira pedir informações para escrever um artigo para um jornal local e lá fiquei 🙂 Tinha 15 anos. A partir daí fui percebendo como a comunicação pode ligar as pessoas (ou separá-las) e juntei estas duas vertentes: comunicar (na rádio) e ajudar outros a comunicarem de uma forma que os aproxime dos outros (nos cursos de formação que dou).

Faz programas de rádio há muitos anos e também já trabalhou em TV. A rádio é um amor para sempre?

A rádio é improviso, espontaneidade, é onde sinto que posso ser eu. Sem máscaras.

Se tivesse de destacar um entrevistado entre os muitos que já lhe passaram pelo estúdio, quem destacaria e porquê?

Rui Massena, o músico, compositor, maestro. Já o entrevistei várias vezes e cada vez que acaba a entrevista penso sempre “ficava aqui a conversar mais umas horas e as pessoas iriam adorar”.

E quem é que, nos seus sonhos mais ambiciosos, gostaria de entrevistar e porquê?

Donald Trump. Para tentar entender muito do que decide e faz. Para perceber melhor o que se passa na sua mente.

Além da rádio e das formações que dá, a Carla é também mãe e esposa, e ainda autora de livros. Como é que consegue o milagre da multiplicação do tempo?

É uma questão de organização do tempo. Acordo mais cedo que toda a gente (às 4:30) e isso dá-me algum tempo a mais. (risos)

 

Um animal que a faça sorrir: papa formigas

Uma voz que nunca se canse de ouvir: a dos meus filhos

Uma palestra que a tenha marcado: a de uma sobrevivente do genocídio no Ruanda nos anos 90: Immaculée Ilibagiza

Um destino de férias onde tenha sido feliz: Santa Luzia

Uma curiosidade que tenha: Falo sozinha enquanto corro 🙂

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