5 Mentiras sobre a Vagina

Este ano, o Dia das Mentiras é dedicado à… Vagina!

Além de um tema imerso em secretismo, de fazer lembrar o Triângulo das Bermudas, como diz Eve Ensler, autora da peça Monólogos da Vagina, a vagina nem sempre é uma questão bem compreendida.

Marta Crawford, que também já passou pela plateia do Teatro Armando Cortez, ajuda a desmistificar cinco ideias erradas sobre a vagina.

 

A vulva e a vagina são a mesma coisa. Não.

Chama-se vulva ao conjunto dos órgãos sexuais externos da mulher – eles são o monte de vénus, os grandes e os pequenos lábios, o clitóris, o intróito vaginal e o meato urinário. Há quem chame vulva à vagina, mas não está correto. A vagina é um canal cilíndrico, de tamanho variável entre 9/12 cm. A vagina estende-se (desde o intróito vaginal) até ao colo do útero, as suas paredes são anelares e habitualmente estão juntas. Durante a excitação, a vagina aumenta o seu tamanho em comprimento e em largura e fica lubrificada, e só nessa altura é que está realmente preparada para ser penetrada por um pénis.

 

A vagina é o órgão sexual onde a mulher tem mais prazer. Não! 

O clitóris é o órgão sexual que tem como única função exclusiva dar prazer sexual à mulher. A parte exterior tem o aspecto de uma ervilha e esconde-se por baixo de um capuz, na parte da vulva, onde os pequenos lábios se unem. O clitóris é formado por um tecido esponjoso e eréctil muito sensível à estimulação sexual e é a maior concentração de fibras nervosa do corpo – cerca de 8000, mais do que a ponta dos dedos, dos lábios ou da língua e tem o dobro do pénis. Ao contrário do que se pensava, as raízes do clitóris estendem-se interiormente como dois dentes para além do que é perceptível, tornando a zona sensível e excitante bastante mais abrangente.

 

O orgasmo só deve acontecer durante a penetração vaginal.  Não

Sexo não é sinónimo de penetração, e o coito é apenas um dos comportamento sexuais de entre outros que são considerados de prazer para a mulher, em especial, os que incluem uma estimulação direta sobre o clitóris. Os estudos indicam que apenas 30% da mulheres têm orgasmo através da penetração  vaginal exclusiva. Regra geral, a maior parte das mulheres (70%) alcançam o seu máximo prazer quando existe estimulação no clitóris ou dupla estimulação durante a penetração.

 

A vagina é um local desagradável e sujo. Não

As bactérias existentes na vagina são semelhantes às do iogurte, chamam-se lactobacilos. A vagina é ácida e tem um pH de 4, semelhante ao pH do café. É um dos orifícios mais limpos do corpo humano, mais do que a boca ou o reto.

 

A penetração vaginal é fácil para todas as mulheres. Não

O vaginismo é uma disfunção sexual feminina e consiste num espasmo involuntário da musculatura do primeiro terço exterior da vagina, que impede a penetração. Quando uma mulher pensa ou sente que vai ser penetrada, a dor ou o medo de sentir dor ativam uma resposta condicionada que impede que seja penetrada. O vaginismo tem várias causas possíveis, e por vezes as mulheres/casais só pedem ajuda depois de muito tempo, e por vezes só quando tencionam ter filhos.É preciso que saibam que existe tratamento para esta disfunção sexual e que pode ser resolvida através da terapia sexual e de casal ou em psicoterapia individual (quando não existe casal). Não vale a pena adiar.

Marta Crawford
Licenciada em Psicologia, especializou-se em sexologia. É autora de três livros e tornou-se conhecida do grande público com o programa “AB Sexo”. Com a sua linguagem clara e simples, continua a colaborar regularmente com os media, na área da saúde sexual.
Consultas em Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa
Tel.: 218 470 187

 

Comentários

comentários