“O maior castigo que podes dar-lhes é ser feliz”, mãe de Elizabeth Smarter

“Eu posso ser conhecida como a “menina raptada”, mas eu sei que não sou só isso e que isso não me define”, Elizabeth Smarter.

Elizabeth é hoje uma ativista na defesa de vítimas de abuso e é também o rosto de campanhas por pessoas desaparecidas. É uma sobrevivente. Mãe (3 filhos). E esposa.

 

Em 20o3, o rapto de Elizabeth Smarter chocou os Estados Unidos. Elizabeth tinha 14 anos, quando um homem entrou em sua casa, e apontando-lhe uma faca ao pescoço, ameaçou matar toda a família caso Elizabeth não saísse do quarto com ele.

Durante nove meses, Elizabeth foi vítima de abusos sexuais de Brian David Mitchel, em nome de uma “revelação de Deus”, conforme declarou o sequestrador, e com o apoio e a colaboração da esposa, Wanda Barzee. Elizabeth foi mantida em cativeiro, num abrigo numa montanha, e submetida ao consumo de drogas e álcool.

Foi reconhecida por um homem quando caminhava na rua com os sequestradores, a poucos quilómetros de casa. O casal foi preso, e veio a descobrir-se que Brian era a mesma pessoa que a mãe de Elizabeth tinha contratado para fazer uns concertos na residência da família, isto depois de ter abordado a família num centro comercial para pedir dinheiro.

A história de Elizabeth já foi contada em livro (bestseller do New York Times) e também retratada no cinema. Elizabeth é hoje uma ativista na defesa de vítimas de abuso e é também o rosto de campanhas de pessoas desaparecidas. Como se define na sua página de instagram, é uma sobrevivente. Mãe (3 filhos). E esposa.

Recentemente Elizabeth voltou a falar publicamente sobre o assunto. A recente libertação da mulher do sequestrador, em setembro do ano passado, é “incompreensível”, diz a população, e o episódio voltou às capas dos jornais. 

Neste vídeo, da Goalcast, Elizabeth, que durante muito tempo foi conhecida como “a menina raptada”, conta como superou os nove meses de terror. 

“Quando fui resgatada, na manhã seguinte, a minha mãe deu-me o melhor conselho que recebi até hoje:  Elizabeth, o que estas pessoas fizeram contigo é terrível, e não há palavras que descrevam o quão perversos e cruéis eles são.  Eles roubaram nove meses da tua vida, nove meses que nunca irás recuperar. Mas o maior castigo que podes dar-lhes é ser feliz. É seguir com a tua vida em frente e fazeres tudo aquilo que pretendes fazer. Porque ter pena de ti própria, pensares e reviveres o passado, só vai fazer com que eles te roubem mais tempo da tua vida. E eles não merecem isso. Eles não merecem um único segundo a mais. Por isso, precisas de ser feliz e seguir em frente com a tua vida.”

Elizabeth conta que teve que voltar a enfrentar o raptor, no tribunal, e como ficou angustiada com a sensação de ter que voltar a olhar para aquele homem de barba. Mas recorda que foi nesse momento que percebeu que tinha seguido o conselho da mãe: aquele homem já não tinha poder sobre ela e Elizabeth tinha decidido ser feliz.

“Eu percebi que o perdão não é para os outros. É para nós próprios. E que independentemente do nosso passado, nós merecemos ser felizes.”

“Eu posso ser conhecida como a “menina raptada”, mas eu sei que não só isso e que isso não me define”.

Bravo Elizabeth.  "O maior castigo que podes dar-lhes é ser feliz", mãe de Elizabeth Smarter Familia-de-Elizabeth-Smarter

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