“Um dia ainda hei-de ir a Fátima a pé”
A ideia de ir a Fátima a pé era algo há muito adiado. De formação católica, mas atualmente não praticante, Paula Fernandes mantinha esta vontade: “Um dia ainda hei-de ir a Fátima a pé”. Mas faltava o grupo certo e… o primeiro pé na estrada. Durante 20 anos, o sonho ficou guardado. Mas fez parte das resoluções de ano novo para 2019. Em Janeiro passado tomou a decisão. Iria em família. O marido concordou, mas os compromissos laborais trocaram-lhe as voltas, o que fez com que se juntasse ao grupo no dia do seu aniversário, dia 11 de maio. Era sábado, Paula já tinha dois dias de caminhada pela frente e muitos quilómetros nos pés. “Com tantos cuidados de tratamento, os meus pés estavam impecáveis. Ninguém diria que já tinham atravessado montes, serras e algum alcatrão”, recorda.
O encontro foi marcado no Covão do Coelho, num restaurante onde o grupo tinha combinado almoçar e surpreender Ricardo, para cantar os parabéns. “Foi emotivo. Tantas sensações da caminhada naquele abraço sentido e rematado com um beijinho de parabéns”, recorda Paula, contando como o grupo de meia dúzia de pessoas se transformou em 60 peregrinos. “Foi tocante: a maioria daquelas pessoas não me conhecia, e no meio do seu cansaço extremo, tiveram a generosidade de me parabenizar”, recorda Ricardo.
No dia seguinte, Paula, Ricardo e João (na carrinha de apoio) fizeram-se à estrada.
“A entrada no Santuário foi o topo das emoções à flor da pele. Senti: ‘Missão cumprida 
Cada vez mais acredito que nós apenas não conseguimos fazer o que não nos propusermos a fazer”, conta Paula.
“Em frente à capelinha das aparições, foi uma alegria absoluta. Abraçámo-nos emocionados e inundados de tranquilidade. O meu carrossel de emoções por trilhos encharcados pela chuva tinha terminado”, refere.
Paula, Ricardo e João Fernandes
“Rezei por nós (pela nossa família) e pelos que, no caminho, me pediram uma oração. Senti o júbilo do peregrino a chegar ao seu destino. À noite, ainda tinha algo à nossa espera. A procissão das velas. Na minha opinião, mesmo os não crentes em Maria, deviam passar pela experiência de assistir à procissão das velas. A energia de amor e paz é maravilhosa! Rezar o terço em várias línguas… – havia imensos estrangeiros no recinto, iluminado pelas milhares de velas, a assistir à procissão da imagem da Nossa Senhora de Fátima a desfilar por aquele mar de gente. Há coisas que não se explicam. Só mesmo vividas”, conta-nos.
